Sábado – Pense por si

Eduardo Dâmaso
Eduardo Dâmaso
06 de junho de 2022 às 14:00

O direito a matar é constitucional?

Trump, na sua visão de cowboy das relações humanas, deixa claro o sentimento dessa parte da América que luta pelo poder de ter armas, transformado em direito a matar, devido ao uso indiscriminado destas, mesmo ao fim de 212 massacres em apenas um ano.

Na pequena localidade de Uvalde, Texas, a grande América falhou, outra vez, e morreram mais 21 pessoas num massacre em meio escolar. A grande América polícia do mundo, suporte político, militar e económico da poderosa aliança defensiva que mantém uma parte da humanidade a salvo da outra, não foi capaz de resgatar 21 vidas, 19 das quais crianças, no coração do seu território. Não é historicamente capaz de evitar que as armas se vendam em supermercados. Não foi ali capaz de acionar um socorro suficientemente rápido e eficaz que tivesse salvado algumas das vítimas. Não é capaz de acabar com o poder e a influência do lobbie das armas, que, escassos dias após o massacre de Uvalde, leva um ex-Presidente, mesmo que essa criatura seja Donald Trump, a dizer coisas espantosas na sua convenção de glorificação do poder de matar, como esta: “A existência do mal no nosso mundo não é motivo para desarmar os cidadãos respeitadores da lei. Essa é uma das melhores razões para armá-los de modo a que possam proteger o povo.”

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