As soluções de Rui Rio, criadoras de uma maioria de não magistrados nos órgãos de governo das magistraturas, estão em total rota de colisão com as ideias da União Europeia em matéria de separação de poderes. Por cá, o problema não está no Ministério Público. Está em quem quer uma justiça subserviente a um grupo de intocáveis da República.
Há por aí muita gente excitada com o “pensamento” do doutor Rui Rio sobre a justiça. A tentação de ir buscá-lo nestes momentos, em que impera uma conveniente visão seletiva sobre o Ministério Público (MP), é inevitável. Não querem saber dos Ministérios Públicos que funcionam, que dirigem bem inquéritos onde as polícias investigam. Não viram a acusação ao estapafúrdio caso da câmara de Montalegre. Não viram que, em muito menos de um ano, foi desmontada uma rede tentacular de eleitos que meteu as mãos no dinheiro público. Que arrecadou para cima de 40 milhões no tempo de um fósforo a arder. Também não viram a celeridade e a eficácia nos casos das câmaras de Espinho e Gaia. Muito menos viram a pouca vergonha que tem vindo a ser destapada nas indústrias da Defesa e no próprio Ministério. Nada disso lhes interessa, apenas as alegadas vítimas da ação do MP, como a inefável presidente da câmara de Matosinhos, que, obviamente, tinha de ser investigada. Não pela historieta do concurso da chefe de gabinete, vista só por si, mas pelos indícios que a colocavam na esfera de um crime de tráfico de influências praticado em benefício da empresária Manuela Couto, que tinha um estrondoso mercado de comunicação de 1 milhão e meio de euros no IPO do Porto, por obra e graça da decisão do seu ex-presidente Laranja Pontes. O PS/Porto em todo o seu esplendor. O MP investigou e concluiu que a senhora autarca não praticou nenhum crime. Ainda bem para ela. O dever funcional e legal do MP, porém, e a senhora autarca que estudou Direito deveria saber, era investigar, não dobrar a cervical a pedir desculpa por ter dado corpo à suspeita. Isso era no tempo da outra senhora.
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O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.
Até porque os primeiros impulsos enganam. Que o diga o New York Times, obrigado a fazer uma correcção à foto de uma criança subnutrida nos braços da sua mãe. O nome é Mohammed Zakaria al-Mutawaq e, segundo a errata do jornal, nasceu com problemas neurológicos e musculares.