Os muitos milhões de fundos europeus desses primeiros anos evaporaram-se e criaram fortunas privadas ou engordaram outras que já existiam. Tudo convergiu para cavar um dos mais fundos alicerces do pântano português.
A poucos dias de Portugal começar a receber dinheiro da famosa bazuca europeia, os velhos fantasmas regressam e são simbolizados em duas intervenções recentes de António Costa e Elisa Ferreira, a comissária europeia com a pasta da Coesão e Reformas. Entrevistada pelo Jornal de Negócios, Elisa Ferreira disse uma verdade inconveniente: "É penoso ver que ainda estamos entre os países atrasados." António Costa, pelo seu lado, respondeu com uma verdade conveniente: "Temos um historial de que nos devemos orgulhar e não ser motivo de flagelação relativamente à utilização dos fundos." O problema é que, pelo meio desse historial de orgulho, ficaram os anos iniciais de receção de fundos comunitários, pelo menos entre 1986 e 1988, que foram um desastre total. E que, ainda hoje, ecoam na perceção pública sobre os fundos europeus, devido aos desvios milionários que são conhecidos. A perceção não ajuda ao discurso de autossatisfação de Costa e, na verdade, no plano material, Elisa Ferreira também tem razão. É verdade que Portugal seria outro País sem os fundos, muito mais atrasado e pobre, mas também é verdade que, 35 anos depois da entrada na CEE, há muito que deveríamos ter deixado de viver de mão estendida em relação à União Europeia. "Portugal (…) deveria deixar de ser um país da coesão porque, neste momento, é penoso ver que Portugal, com estes anos todos de apoio, ainda está entre os países mais atrasados." São estas as palavras de Elisa Ferreira, certeiras e carregadas de razão.
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