Macau foi um poço sem fundo para todos. Pagou também outros partidos e políticos, que não apenas a candidatura presidencial de Mário Soares. Mas a Junta Autónoma das Estradas e o dinheiro europeu aplicado no betão cavaquista, dominados pelo PSD, também pagaram muitas campanhas.
A questão do financiamento partidário sempre me apaixonou. É uma matriz essencial de compreensão da política, da sua independência ou da falta dela. De compreensão da integridade (ou da falta dela) na gestão do interesse e do erário públicos. De entender a capacidade de decidir com imparcialidade, isenção e transparência. De decifrar quem faz da política um mero mercadejar – utilizando uma palavra ultimamente em voga – com o cargo que se ocupa e o poder que o acompanha, como forma de ir pagando os favores de quem assina o cheque ou envia a mala carregadinha de notas. Enfim, é pelos mecanismos de financiamento partidário que se avalia muita da saúde de uma democracia. Por cá, o tema sempre foi esguio, digamos assim. Para não dizer pior e ser acusado de populista, amigo do Chega, ou coisa pior, acrescento que as políticas públicas sobre o tema sempre foram tímidas, confusas e pouco eficazes na promoção da seriedade. O financiamento dos partidos e das campanhas comporta, aliás, algumas das histórias mais sombrias da democracia portuguesa. Alguns dos contos mais proibidos, evocando Rui Mateus, um homem que sabia muito disto. Contos cobertos pelo velho manto do pacto de silêncio, a tal omertà siciliana, muito difíceis de investigar pelo jornalismo e pela justiça.
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O famoso caso do “cartel da banca” morreu, como esperado, com a prescrição. Foi uma vitória tremenda da mais cara litigância de desgaste. A perda é coletiva.
No Estado do Minnesota, nos EUA, na última semana, mais um ataque civil a civis — desta vez à escola católica Annunciation, em Minneapolis, durante a missa da manhã, no dia de regresso às aulas.