Sábado – Pense por si

Nuno Tiago Pinto
Nuno Tiago Pinto
13 de novembro de 2024 às 18:00

O (penoso) fracasso do jornalismo

Quando o jornalismo é moldado por perceções, convicções e visões do mundo muito próprias, acaba por se afastar da sua missão. As eleições americanas deram uma nova machadada na sua credibilidade. É necessário recuperá-la, a bem não só do jornalismo mas da própria democracia.

Ao longo dos últimos meses, a maioria dos órgãos de comunicação publicou centenas de notícias sobre as eleições americanas. A esmagadora maioria para relatar os mais recentes impropérios e ameaças de Donald Trump, os seus comportamentos erráticos, ofensivos e misóginos, os seus processos judiciais e, nas últimas semanas de campanha, sobre como antigos colaboradores o classificaram de fascista. Numa escala semelhante, multiplicaram-se as notícias e análises sobre a decência de Kamala Harris, o pioneirismo que seria a sua eleição como presidente dos EUA, a sua missão na defesa dos direitos das mulheres e sobre a absoluta necessidade da sua vitória para preservar a democracia americana e a estabilidade mundial. O público soube também de sondagens que a davam sistematicamente à frente do voto popular, isto apesar da tendência de subida do republicano nos estados decisivos. Até muito tarde na noite eleitoral a democrata era a vencedora anunciada. Por isso, não admira que muitos portugueses se questionem: se era assim, como foi possível Trump vencer a eleição, ganhar todos os estados decisivos e ainda o voto popular?

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