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Basta querermos muito - e termos tempo livre -, e é bem possível que consigamos encontrar uma experiência que foi levada a cabo numa universidade de Massachusetts, e que diz que afinal beber 8 cervejas por dia faz bem às unhas, e que comer fritos pode prevenir o cancro da bexiga. O estudo é o melhor amigo dos humanos, porque o estudo é tudo o que uma pessoa sempre quis ler, e o seu contrário.
Temos uma sorte tremenda por vivermos na época mais avançada de sempre. Nunca se soube tanto sobre tudo como hoje em dia. O bom deste tempo em que vivemos, é também o mau deste tempo em que vivemos - há demasiada informação a aparecer diariamente, sobre todos os assuntos e mais algum. Todos os dias se descobre qualquer coisa que revoluciona a ideia preconcebida que tínhamos sobre um determinado assunto, e que troca as voltas a tudo aquilo que tínhamos arrumado em sítio certo. No meio de todo este avanço, surge uma expressão que os doutorados em redes sociais partilham recorrentemente: "Saiu um estudo." Todas as semanas sai um estudo, que - se tudo correr conforme previsto - contradiz todos os estudos que saíram sobre aquele tema até à data daquele novo estudo. Os estudos são óptimos para quem os faz, porque nunca ninguém se vai dar ao trabalho de confirmar se foi conduzido com seriedade e se é fidedigno. Não há memória de alguém, antes de partilhar um estudo que descobriu na Internet, pensar: "Acho que é sensato primeiro tentar informar-me sobre a credibilidade deste estudo." Porque a palavra "estudo" liberta-nos do sofrimento que seria o trabalho de iniciarmos nós próprios essa pesquisa. Sempre que sai um estudo de uma universidade numa zona qualquer dos Estados Unidos - que diz o exacto oposto daquilo que sempre ouvimos dizer - reagimos antes de tudo com espanto, mas depois ficamos aliviados, porque regra geral este novo estudo dá-nos mais jeito do que o anterior. Preferimos o estudo que diz que afinal ter mau feitio e ofender pessoas quando se está irritado, acrescenta uma média de 3 a 4 anos de vida a quem o faz, e um enfarte a quem o ouve. Há estudos sobre tudo e mais alguma coisa, e é possível que infelizmente não haja nenhum sobre pessoas que se baseiam em estudos para fazerem tudo e mais alguma coisa. Basta querermos muito - e termos tempo livre -, e é bem possível que consigamos encontrar uma experiência que foi levada a cabo numa universidade de Massachusetts, e que diz que afinal beber 8 cervejas por dia faz bem às unhas, e que comer fritos pode prevenir o cancro da bexiga. O estudo é o melhor amigo dos humanos, porque o estudo é tudo o que uma pessoa sempre quis ler, e o seu contrário - basta que se escreva exactamente o que queremos para a nossa vida no campo de pesquisa do Google, e a Internet depois encarrega-se de encontrar um artigo que vá ao encontro do que queremos ler. Se costuma discutir no trânsito e ter acessos de raiva em casa, é possível que encontre um estudo que diz que as pessoas que fazem isso são, em média, 67% mais felizes do que aquelas que se comportam de forma civilizada.
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Até porque os primeiros impulsos enganam. Que o diga o New York Times, obrigado a fazer uma correcção à foto de uma criança subnutrida nos braços da sua mãe. O nome é Mohammed Zakaria al-Mutawaq e, segundo a errata do jornal, nasceu com problemas neurológicos e musculares.