A vida dos outros ao longe pode enganar quem não sabe o que quer, porque é feita só do sumo doce, sem casca nem amargos de boca. É feita do que não falhou, e de convites perigosos e silenciosos para que lutemos para sermos melhores, e depois, quem sabe, termos aquilo também.
CADA DIA NOVO é uma lista tão grande de possibilidades, que o difícil é ter de escolher uma sem acharmos que estamos a perder as outras. São muitas janelinhas cheias de hipóteses à espera de serem escolhidas. Para descansar as alminhas irrequietas, deram nome a um sentimento e inventaram uma expressão chamada FOMO - fear of missing out - , que é o medo de estar a perder alguma coisa, de ficar de fora daquilo que merecia a pena ser vivido, de estarmos no sítio errado, quando no sítio certo está certamente a acontecer mais e melhor. Mas mal lá chegamos, ficamos irrequietos e às voltas a pensar se não estaríamos afinal melhor no sítio de onde viemos. O sítio certo, para quem sofre desse terror de estar sempre a perder tudo, é sempre um sítio que está lá para a frente, mas ao qual nunca se consegue realmente chegar. É um lugar que existe mas não está lá, porque muda de cara e de corpo assim que se deixa tocar. Estamos mal só por não estarmos onde os outros juram que estão bem. Mas o problema é que há muitos "outros", e esse bicho de muitas cabeças nunca se alimenta do que precisa, e fica revoltado de não ter o que quer, quando quer. Tem sempre fome, como se tivesse um estômago rendilhado onde nada aguenta muito tempo. Estar sempre à procura do que não se está a ter é uma tormenta, porque não tem fim. Há tantas hipóteses, que às tantas nenhuma delas é boa. E mesmo que seja, nunca o vamos conseguir ver, porque já estamos de olhos postos na próxima, que afinal está a ser mais interessante do que a nossa.
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A escola é um espaço seguro, natural e cientificamente fundamentado para um diálogo sobre a sexualidade, a par de outros temas. E isto é especialmente essencial para milhares de jovens, para quem a escola é o sítio onde encontram a única oportunidade para abordarem múltiplos temas de forma construtiva.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.