NEWSLETTER EXCLUSIVA PARA ASSINANTES Para que não lhe escape nada, todos os meses o Diretor da SÁBADO faz um resumo sobre o que de melhor aconteceu no mês anterior.
Há quem se canse de estar bem e crie problemas onde eles não pediram para estar. Inventam-nos, talvez por falta de assunto, talvez por falta de sono. Arquitectam dificuldades, para depois as demolirem e sentirem que cumpriram uma missão. É uma afronta à vida, como se ela não fosse capaz de arranjar problemas de sobra.
VAI-SE A VER e o resumo da vida talvez seja resolver problemas. Todos os dias há um nó para desatar, um telefonema, um email que incendeia o dia, alguém que nos diz uma coisa qualquer que desordena o sossego e que faz com que projectemos uma série de variáveis na cabeça; e quando damos por isso, chegamos à conclusão de que afinal temos mais problemas em mãos para além daquele que estamos a resolver. Um assunto da casa que tem de ser resolvido, o carro que está a precisar de trocar sabe-se lá o quê, problemas que herdamos de alguém, papéis que precisam de ser entregues em sítios que só por si são um problema, um exame que tem de ser feito porque há ali um sintoma que não era para haver. Pomos cabeça e mãos à obra para dar a volta ao assunto, esgotamos hipóteses, pensamos nas múltiplas – ou poucas – saídas, e no fim, se tudo correr bem, resolvemos. Os que sabem mais do que nós, acumulam até terem uma dose considerável de problemas e, aí sim, encetam a jornada preparados para que esse dia seja exclusivamente dedicado à nobre arte de resolver. Concentrar problemas num só dia não é criar um problema maior, é chamá-los à razão e explicar-lhes que a partir daqui somos nós a tomar conta do assunto; já bem basta que tenham tomado conta de nós sem aviso prévio.
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Fazer uma greve geral tem no sector privado uma grande dificuldade, o medo. Medo de passar a ser olhado como “comunista”, o medo de retaliações, o medo de perder o emprego à primeira oportunidade. Quem disser que este não é o factor principal contra o alargamento da greve ao sector privado, não conhece o sector privado.
Há alturas na vida de uma pessoa em que não vale a pena esperar mais por algo que se desejou muito, mas nunca veio. Na vida dos povos é um pouco assim também. Chegou o momento de nós, europeus, percebermos que é preciso dizer "adeus" à América. A esta América de Trump, claro. Sim, continua a haver uma América boa, cosmopolita, que gosta da democracia liberal, que compreende a vantagem da ligação à UE. Sucede que não sabemos se essa América certa (e, essa sim, grande e forte) vai voltar. Esperem o pior. Porque é provável que o pior esteja a chegar.
A mudança do Chega sobre a reforma laboral, a reboque do impacto da greve, ilustra como a direita radical compete com as esquerdas pelo vasto eleitorado iliberal na economia.