Sábado – Pense por si

Vítor Sousa
Vítor Sousa Escritor e poeta
05 de maio de 2016 às 11:54

C'est la vie

Entre circulares, ofícios e recepções protocolares na embaixada – nada de muito extenuante, - Paris era a cidade ideal para o duce fare niente

Era uma manhã como outra qualquer naquele período de excepção. Grande corrupio nas ruas, muitos estrangeiros – principalmente alemães – ocupavam os cafés lendários de Paris. Demoravam-se no pequeno-almoço, já reservavam com a lassidão dos corpos a mesa para o almoço e seria um exagero fazer o mesmo para o jantar. Por isso faziam. Sabia-lhes bem amaciar o aparelho vocal com palavras avec recheio de chantilly, a acompanhar o pedido de Moet Chandon e oui oui vite vite para o pão judeu saído do forno. Bonjour mademoiselle e outras expressões cirúrgicas que os conquistadores aprendem para apressar uma noite de blitz com a Amelie. Eram todas Amelies, até mesmo o Jean, que também os havia dados a outros triunfos da vontade. 

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