Circum-navegando as repercussões socio-mediáticas do contexto pandémico
No último ano, perante a pandemia, entramos numa sociedade de quarentena, o teor da vida social que se instalou foi, na maioria dos casos, o da suspensão e sobrevivência. A realidade mostrou o seu rosto mais imprevisível e opaco, indiferente às nossas expetativas e aos nossos habitus culturais.
Com a eclosão da pandemia entrámos em uma temporalidade histórica que teríamos a tentação de definir como excecional, representativa de uma clivagem epocal. Todavia, assim fazendo, correríamos o risco de cair naquela presunção cultural que o sociólogo Jib Fowles definiu com o termo de "cronocentrismo". Quando em 1974 Fowles escreveu na revista Futures que cada época e geração histórica têm a tendência em se acharem, ingenuamente, únicas e decisivas, representando o próprio tempo como mais importante do que os outros períodos na história, queria chamar a atenção sobre o enviesamento da compreensão histórica por parte das culturas focadas no próprio presente. Tal enviesamento poderia implicar e levar para uma atitude autocelebratória, bem como de vitimização. Porém, explicava o sociólogo, é comum às diferentes gerações que se alternam no palco da história partilhar narrativas sobre o próprio tempo alinhadas com esta ideia de excecionalidade memorável. Neste sentido, é exemplar a recente reedição pala VS editora do livro Reflexões sobre a mentira, publicado em 1943 pelo filósofo Alexandre Koyré, cujo incipit é: "Nunca se mentiu tanto como nos nossos dias. Nem se mentiu de forma tão descarada, sistemática e constante".
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