Um desejo para 2022? Construirmos mais paz
Tiago Pereira Psicólogo e membro da direção da Ordem dos Psicólogos Portugueses
30 de dezembro de 2021

Um desejo para 2022? Construirmos mais paz

Sinto, sei, que a perda de confiança nas instituições não é um fenómeno português e que por exemplo nos Estados Unidos da América a confiança nunca foi tão baixa (apenas 1 em cada 4 cidadãs e cidadãos confiam nas instituições quando há cerca de 50 anos eram 3 em cada 4). Sinto, sei, que esse é mais um passo para a degradação dos mediadores sociais.

Há palavras e expressões cuja definição mais comummente utilizada é a ausência do seu contrário. É assim com a saúde mental. Muitas pessoas definem e entendem saúde mental como um estado em que não se tem uma doença mental. Nunca como no ano que agora termina - em contexto pessoal e profissional, em privado ou nas oportunidades que tive de o fazer em contexto público – tantas vezes procurei afirmar que a saúde mental vai muito além da ausência de doença mental, correspondendo aos recursos (internos e externos) que cada pessoa tem para lidar e se adaptar aos seus acontecimentos de vida e à sua possibilidade de florescimento e de bem-estar global. 2021 foi (mais) um ano muito desafiante relativamente à saúde mental da população portuguesa e mundial, mas terá permitido que mais pessoas tenham reflectido sobre a sua importância e impacto em tantas dimensões da sua e nossa vida e sociedade, conforme o próprio Presidente da República afirmou nos últimos dias.

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