Eu julgo, tu julgas, ela/s e ele/s julga/m, nós julgamos
Tiago Pereira Psicólogo e membro da direção da Ordem dos Psicólogos Portugueses
09 de agosto de 2021

Eu julgo, tu julgas, ela/s e ele/s julga/m, nós julgamos

Todas e todos tendemos a crer, a supor, a formar juízo, normalmente valorativo, e até a sentenciar outras e outros, conheçamo-los ou não.

"Não há vestígios de mim no quarto onde a Meredith foi assinada (...) mas tentam encontrar a resposta nos meus olhos, quando a resposta está mesmo ali. Estão a olhar para mim. Porquê? Estes são os meus olhos. Eles não são provas objectivas." Amanda Knox, jovem Americana duas vezes condenada e outras duas vezes ilibada, a última das quais definitivamente, da participação no violento homicídio da sua companheira de casa em Perugia (Itália) em 2007. Além dos quatro anos que esteve detida e dos oito anos de processo, ainda hoje muitas e muitos a julgam culpada (no mínimo corresponsável) deste crime, não porque existam provas ou sequer indícios nesse sentido, antes pela "inadaptação" do seu comportamento (assim sucessivamente descrito e caracterizado) na fase de investigação que se sucedeu ao crime e pela forma como reagiu a toda a pressão (psicológica) associada à situação e a que foi submetida.

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