Sábado – Pense por si

Pedro Duro
Pedro Duro
19 de agosto de 2024 às 07:00

Elas

Esperava por ela. Suspeitava que seriam as últimas férias só com as duas. Eu queria a desempoeirada sem migalhas ou prestações. O entradote estava de pedra e cal na vida da mais velha. A mais nova crescia sem que eu desse por isso.

Impôs o tempo, veio antes do tempo, tomou conta de nós. Não se programa; é quem nos programa. A vida a andar para trás. Afinal, andou para a frente. Era a mais velha, senhora do seu nariz, porque a personalidade revela-se em tudo, mesmo no que não se faz, porque o que acontece não é por acaso. É o que elas dizem. E nós não acreditamos. Ou, às vezes, sim, porque nos dá jeito. Mas acreditar é isso: querer acreditar. Porque o medo impõe. Porque a esperança precisa. Adiante. Para a frente era caminho e ela nasceu. Escolheu o que queria, fez o que queria. Fez sempre bem. Respeitou-nos. Respeitou-me. Mesmo quando não percebeu logo. Respirou, esperou e deixou a empatia chegar, porque esteve sempre lá – não se espera pelo que ainda não chegou um bocadinho. Mesmo quando não vem. Ou não vem que chegue. Mas chegou. A empatia chegou.

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