Neste enorme eco em que se tornaram as redes sociais, não aprendi nada sobre os candidatos ou as suas propostas, mas fiquei a saber o que já sabia e vi de tudo, menos o que realmente importa. Talvez porque aquilo que importa tenha estado ausente de cada debate. O que tem, cada um dos candidatos e partidos para me oferecer?
Escolhi não assistir aos debates dos candidatos às legislativas para não poder formar ideias próprias e deixar-me levar pelos comentários nas redes sociais, tentando perceber o que pensam muitos do que, num determinado momento da sua vida, decidiram deixar de pensar. Através das redes, os debates pareceram um roast ao político mais adorado e odiado das redes, aquele de quem todos falam sem usar o nome, adulterando-o, alterando-o ou recorrendo a expressões que nos levam a pensar que é dele que estamos a falar, sem nunca dizer o nome. Também aqui tento enganar algoritmos e palavras-chave que resultam em cliques e rankings nos motores de busca, colocando-o, e aos temas que defende, no topo das tendências das conversas que nunca aconteceram. Porque é deste sistema que dependemos, há que evitar as bolhas de conteúdo que minam a estrutura democrática do discurso moderno, dividindo-nos e polarizando ideias e opiniões. É esta problemática - aparentemente ignorada pelos políticos que, contudo, a usam a seu favor - que também esteve ausente dos debates. Alguém nos explicou que aquilo que se discutia na televisão e, em seguida, nas redes, também contribui para aumentar a exposição das ideias que estes querem que sejam discutidas? Foram discutidas ideias ou a ausência delas?
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
O discurso do “combate à burocracia” pode ser perigoso se for entendido de forma acrítica, realista e inculta, ou seja, se dispensar os dados e evidências e assentar supostas verdades e credibilidades em mitos e estereótipos.
Campanhas dirigidas contra Mariana Mortágua mais não são do que inequívocos actos de misoginia e homofobia, e quem as difunde colabora com o que de mais cobarde, vil e ignóbil existe na sociedade portuguesa.
Por incúria, má-fé, incompetência ou irresponsabilidade institucional o estado português dá o flanco e é assim que se caminha para a desgraça em todas as guerras.
A inteligência artificial já é utilizada para detetar padrões de comportamento anómalos nas redes governamentais e militares, permitindo identificar ciberataques antes que causem danos significativos.