Quem sou eu é a pergunta que raramente nos colocamos e que importa fazer porque, na voracidade dos tempos modernos, parece que não sobra tempo para pensar. Lutámos tanto pelo tempo de lazer e acabámos confrontados com a ausência de tempo e espaço para descobrirmos quem somos.
A saúde mental não teria de ser, mas tornou-se um problema. Na epidemia epidémica é uma sub-epidemia sem tratamento ou fim à vista, como outras doenças, colocadas em segundo plano. Este fim de semana assisti a "Depois a Louca Sou Eu", um filme de Júlia Rezende que adapta o livro de Tati Bernardi, num registo autobiográfico sobre ansiedade e vida moderna. No final, não consegui deixar de pensar que estamos todos lixados da cabeça, que queimámos vários fusíveis no percurso entre o momento em que tudo começa (não sabemos quando foi, ninguém sabe) e o ponto de chegada, que também ninguém sabe qual é, porque ninguém pergunta. Há uma chegada para a qual todos trabalhamos vorazmente, todos os dias da nossa vida, e que não só não sabemos onde é, como também não sabemos o que é, só sabemos que precisamos alcançar algo que outros definiram como meta: ter alguém na nossa vida, de preferência um marido, com casamento de papel passado, filhos e um emprego estável, uma casa bonita, automóvel à porta e uma vida confortável. Diz quem, definiu quem e como? Sobretudo, como foi que estas ideias se infiltraram na nossa sociedade a ponto da pressão levar alguns ao ponto da aparente loucura? Ninguém faz perguntas, ninguém se questiona, e, os que se questionam, ou são iluminados, quase visionários, ou são conotados como loucos. Com sorte, diferentões ou, numa certa arrogância intelectuais Europeia, excêntricos.
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