Achar que plataformas como o Tik Tok existem para nos servir, ou dar voz à democracia, é ingénuo. Se, de facto, vieram dar voz a quem não a tinha, também amplificam vozes pouco coerentes.
Poderia ser supresa, não fosse tema nas notícias há vários dias a possibilidade do Tik Tok ser banido nos E.U.A. Enquanto preparava o pequeno-almoço, entre uma torrada dourada e a água do café a ferver, ocorreu-me que este poderia muito bem ser banido. Ponto. Final. Para não ser radical, pensei depois, deveriam, no mínimo, implementar um controlo eficaz, evitando que menores de 13 anos usem a plataforma, melhorando, também, a moderação de conteúdos. Afirmação controversa, ao estilo P.O.V. acho que o Tik Tok nos controla a mente, a qual iria gerar centenas de comentários, num processo de retroalimentação que define estas plataformas: somos tanto produto quanto produtor e nada do que publicamos nos pertence. A suspensão recente vem lembrar que as redes sociais digitais são uma uma extensão do quotidiano, moldam-no e tornam-nos dependentes para publicar ou consumir conteúdo. Este é, também, um exemplo da nossa inversão de prioridades e de uma certa credulidade em relação a estas plataformas. Como na vida real, na internet não existem almoços grátis. Os que apostaram no Tik Tok como suporte para criação e negócio correram o risco de perder tudo. Entretanto voltou, não se sabe até quando mas prova que, nisto de negócios, não podemos depender de uma plataforma, e precisamos controlar o acesso ao conteúdo. Uma base de dados própria ou um podcast alojado num servidor independente continuam a ser nossos, aconteça o que acontecer.
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Talvez não a 3.ª Guerra Mundial como a história nos conta, mas uma guerra diferente. Medo e destruição ainda existem, mas a mobilização total deu lugar a batalhas invisíveis: ciberataques, desinformação e controlo das redes.
Ricardo olhou para o desenho da filha. "Lara, não te sentes confusa por teres famílias diferentes?" "Não, pai. É como ter duas equipas de futebol favoritas. Posso gostar das duas."