Sábado – Pense por si

Maria J. Paixão
Maria J. Paixão Investigadora
02 de fevereiro de 2025 às 10:00

Do tecno-libertarianismo à tecno-distopia

Os grandes titãs tecnológicos, outrora proponentes da construção de uma sociedade aberta e livre à margem dos Estados através dos meios tecnológicos, estão agora sedentos de poder político.

Desde os primórdios da internet até à primeira década dos anos 2000, no seio da então emergente indústria tecnológica floresceu uma vanguarda cultural defensora de uma filosofia tecno-libertária. O movimento "cypherpunk" propugnava o uso de criptografia e tecnologias de privacidade como meios de emancipação dos indivíduos na nascente sociedade digital, permitindo-lhes escudar-se contra a intromissão abusiva dos Estados na sua vida privada. Os princípios base da descentralização do poder e oposição à hegemonia autoritária das instituições impulsionaram a criação das criptomoedas, por via das quais se pretendia criar um sistema de pagamentos paralelo, insuscetível de ser cooptado pelas grandes instituições financeiras nacionais e internacionais. Os valores partilhados eram fundados num otimismo tecnológico utópico, que, paradoxalmente, fundia ideais progressistas e crenças neoliberais. A liberdade de informação encontrava-se no âmago do projeto tecno-libertário, considerada chave para a reorganização da sociedade em moldes horizontais.

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