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Como é que manter um emprego passou a ser uma prova de resistência física e emocional? Acorda-se cansado, adormece-se exausto e passa-se o dia em piloto automático. Tudo em nome da tal "carreira", da "estabilidade", da "sorte de ter trabalho".
Antes, pedia-se demissão para crescer profissionalmente. Para subir na carreira, para mudar de ares, para conquistar algo maior. Era uma jogada estratégica, muitas vezes meticulosamente planeada: sair de um lugar para chegar a outro mais desafiante, mais prestigiado. Hoje, demite-se por uma razão bem menos ambiciosa — para sobreviver. Para respirar. Para manter a sanidade.
O que aconteceu ao mundo do trabalho?
Como é que se passou de querer mais para apenas querer paz? Como é que manter um emprego passou a ser uma prova de resistência física e emocional? Acorda-se cansado, adormece-se exausto e passa-se o dia em piloto automático. Tudo em nome da tal "carreira", da "estabilidade", da "sorte de ter trabalho". Mas será mesmo sorte? Ou é apenas sobrevivência pintada de privilégio?
Quantas pessoas ainda aguentam este teatro? Quantos continuam a vestir a armadura do profissional impecável, enquanto por dentro se desmoronam lentamente? Quantos escondem lágrimas no carro, no elevador, na casa de banho da empresa? Quantos vivem à base de cafés, comprimidos e mensagens de voz que ninguém ouve?
É cada vez mais comum ouvir frases como "preciso sair antes que perca a cabeça" ou "já nem sei quem sou fora do trabalho". E o mais assustador é a frequência com que estas frases surgem. Parece que estamos todos a tentar manter-nos inteiros num sistema que nos quer partidos. Um sistema que confunde dedicação com disponibilidade total. Que glorifica o cansaço e despreza o equilíbrio.
Criou-se, também, uma dependência emocional ao trabalho. Uma ligação tóxica, muitas vezes disfarçada de paixão ou lealdade. Como se o valor de uma pessoa estivesse totalmente colado ao cargo que ocupa, ao e-mail corporativo, à assinatura automática no final das mensagens. E quando se percebe que ninguém é insubstituível, que a empresa segue, que o mundo continua… vem um misto de desilusão e alívio.
Sair de um trabalho não é apenas uma decisão prática. É uma luta interna. Entre a culpa, o medo, a dúvida. E se for pior? E se não resultar? Mas… e se for melhor? E se o verdadeiro risco for ficar?
Não se trata de rejeitar a vida profissional. Trata-se de não aceitar que ela engula tudo o resto. Há uma diferença entre ser dedicado e ser mártir — e durante demasiado tempo confundiram-se os dois. Exige-se que se dê tudo. Mas quem devolve alguma coisa quando já não há mais para dar?
Antigamente, trabalhava-se para viver melhor. Hoje, tenta-se viver apesar do trabalho. Pedem-se folgas não para descansar, mas para recuperar do que o trabalho consome. Marcam-se férias para tentar lembrar quem se é sem o crachá. E ora se desliga o computador… ora se liga a ansiedade.
A verdade é que, no fim, o mundo não pára. A empresa não pára. Os projetos continuam. E aquela cadeira, por mais tempo que se tenha ocupado, é preenchida por outra pessoa. A ausência não pesa tanto quanto se imaginava. E aí percebe-se: nunca se foi tão indispensável quanto se pensava.
Não se trata de desistir. Trata-se de escolher. Escolher a saúde antes que a saúde escolha sair. Escolher o silêncio antes que o ruído interno grite mais alto. Escolher o equilíbrio antes que a queda seja inevitável.
E no fim, quando nos perguntam porque saímos, respondemos com um sorriso:
"Porque descobri que trabalhar é viver, mas viver não é só trabalhar."
Entre o salário emocional e a carga mental… às vezes, o que pesa mais é o desapego profissional.
E quando o ambiente sufoca mais do que o salário alivia… talvez não seja uma demissão.
Como é que manter um emprego passou a ser uma prova de resistência física e emocional? Acorda-se cansado, adormece-se exausto e passa-se o dia em piloto automático. Tudo em nome da tal "carreira", da "estabilidade", da "sorte de ter trabalho".
O que os jovens precisam não é apenas de uma folga temporária no IRS. Precisam de condições que lhes permitam sonhar, investir e prosperar. Precisam de um mercado de trabalho que valorize o talento e o esforço. Precisam de salários justos.
Há uma crença persistente de que janeiro precisa ser o mês de começar de novo. Um mês para limpar a lista de fracassos, reformular prioridades e estabelecer metas. Mas será que estas "recomeços forçados" não alimentam precisamente aquilo que deveriam combater?
Gisèle mostrou que coragem não é apenas sobreviver; é falar, mesmo quando tudo convida ao silêncio. Ao fazê-lo, não só reclamou a sua dignidade como devolveu a vergonha ao lugar onde pertence: aos culpados.
O consumo, quando feito com consciência, pode ser um caminho de solidariedade e uma forma de fortalecer a economia sem perder de vista o significado da época.
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O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.
Até porque os primeiros impulsos enganam. Que o diga o New York Times, obrigado a fazer uma correcção à foto de uma criança subnutrida nos braços da sua mãe. O nome é Mohammed Zakaria al-Mutawaq e, segundo a errata do jornal, nasceu com problemas neurológicos e musculares.