Sábado – Pense por si

João Paulo Batalha
João Paulo Batalha
10 de janeiro de 2024 às 08:00

Somos todos radicais

A cultura de compromisso em que assenta a democracia está a ser rompida à nossa frente. E não são os “extremistas” a rompê-la.

Ao menos, escusamos de perder tanto tempo e ansiedade com o Chega: muita da sua tática política foi apropriada pelos partidos centrais do regime. Ali estava ela, exibida ad nauseam no Congresso do PS: a demonização do adversário, condensado num genérico e universal "a direita"; a criação de uma mitologia messiânica para o partido; a proclamação da virtude própria e da perfídia alheia, exposta sob a forma de processos de intenção – "o que ‘eles’ querem é destruir os serviços públicos" (que estão em desagregação progressiva há anos). E, para corolário, a relação casual com a verdade e a criação de "factos alternativos" – por exemplo, quando Pedro Nuno Santos culpou "a direita" por ter conduzido Portugal ao risco de sanções por défices excessivos, quando esse risco remonta aos Governos PS de José Sócrates.

Para continuar a ler
Já tem conta? Faça login

Assinatura Digital SÁBADO GRÁTIS
durante 2 anos, para jovens dos 15 aos 18 anos.

Saber Mais