Sábado – Pense por si

João Paulo Batalha
João Paulo Batalha
05 de maio de 2021 às 08:00

Aperta aperta com ela

Entre o risco de uma caça às bruxas e o velho vício de culpar a vítima, o #MeToo português tomou o caminho previsível: haja o que houver, condenem-se as mulheres.

Sendo homem, heterossexual e branco (branco para padrões portugueses; não serei seguramente branco para padrões escandinavos), quase tudo na experiência do movimento #MeToo me é estranho: nunca fui alvo de assédio sexual ou moral no trabalho, nunca lidei com o assédio "casual" (casual no sentido de que é corriqueiro) por desconhecidos na rua, não conheço a sensação de coação e medo face à agressão, tal como não sei o que é a raiva e a impotência face ao confronto ameaçador com alguém fisicamente mais forte, nem a humilhação do silêncio ao contemplar uma denúncia que, demasiadas vezes, é uma segunda violência contra a vítima.

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