Todos nós temos a nossa história. Os nossos valores, cultura, experiências, competências. Todos nós temos o nosso próprio sistema de representação mental, a nossa grelha de interpretação do mundo.
Hoje não me apetece escrever. A página em branco tão companheira de tantas escritas surge turva. Talvez seja da caneta que repousa a seu lado cuja tinta já contou outras histórias. A verdade é que hoje não me apetece escrever. Então por que escrevo? Escrevo porque também a vontade de não escrever merece ser escrita. Escrevo uma não escrita. Entrego a cor que resta da tinta da caneta ao turvo da página talvez esperando que esta volte a ser branca. Que volte a estar repleta de palavras que lhe darão um novo colorido. Mesmo que um colorido a preto e branco. E como o preto e branco nos pinta a vida de tantas cores! Tal qual os silêncios dos retratos de Cartier-Bresson "cujos olhares iluminam de forma incrível a penumbra costumeira". De Miró a Neruda, silêncios interiores presentes na ausência de cor. E é neste silêncio cromático, na época em que também a cor ultrapassa preconceitos para que todos se possam sentir bem na sua pele, na época em que o "vermelho período" é tirado do silêncio, é neste silêncio cromático, dizia, que o texto ganha novos contornos e a folha que estava em branco em busca de um destino já não é uma folha em branco, sendo, antes, o destino. O destino da tinta que jazia ali ao lado numa caneta feita tumba.
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Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.
Com a velocidade a que os acontecimentos se sucedem, a UE não pode continuar a adiar escolhas difíceis sobre o seu futuro. A hora dos pró-europeus é agora: ainda estão em maioria e 74% da população europeia acredita que a adesão dos seus países à UE os beneficiou.
A desinformação não é apenas um fenómeno “externo”: a nossa própria memória também é vulnerável, sujeita a distorções, esquecimentos, invenções de detalhes e reconstruções do passado.