Há habitualmente um desfasamento prático: as férias escolares duram entre um mês e meio e dois meses e meio e o período normal de férias por ano de um trabalhador são 22 dias úteis. Para muitas famílias, torna-se muito difícil a conciliação entre o trabalho dos pais, tempo familiar e período de férias escolares dos filhos.
Os usos do tempo na existência humana têm vindo a modificar-se nos últimos séculos. Com o desenvolvimento da sociedade industrial a organização do tempo de vida foi substancialmente alterada com a introdução de horários de trabalho. Este modelo do tempo de vida dos cidadãos ainda se encontra marcado por este paradigma baseado numa dicotomia entre tempo de trabalho (produtividade) e de lazer (tempo livre e ócio). Em muitos casos, não se respeita a necessidade do nosso organismo em ter disponibilidade de oito horas de sono, oito horas de trabalho e oito horas de descanso. No entanto, começam a verificar-se sinais que no futuro existirão grandes alterações no mundo laboral com a introdução do trabalho online, redução dos dias semanais, flexibilidade dos horários de trabalho e modernização e introdução de novas tecnologias (incluindo a Inteligência artificial). O mesmo acontece com os modelos educativos vigentes nas escolas: a visão da "escola fábrica" com tempos obrigatórios curriculares (trabalho) e tempo de descanso (recreios e férias escolares). A organização do tempo laboral dos pais, está diretamente relacionado com a conceção da organização do tempo escolar dos filhos. Temos a convicção que se aproxima muito rapidamente as condições de alterar a história de funcionamento da sociedade num futuro próximo na vivência do espaço e tempo de vida das nossas existências. Como refere o grande poeta Moçambicano Mia Couto "A fadiga que sentimos não é tanto do trabalho acumulado, mas de um quotidiano feito de rotina e de vazio. O que mais cansa não é trabalhar muito. O que mais cansa é viver pouco. O que realmente cansa é viver sem sonhos." (O Universo Num Grão de Areia).
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O espaço lusófono não se pode resignar a ver uma das suas democracias ser corroída perante a total desatenção da opinião pública e inação da classe política.
É muito evidente que hoje, em 2025, há mais terraplanistas, sim, pessoas que acreditam que a Terra é plana e não redonda, do que em 1925, por exemplo, ou bem lá para trás. O que os terraplanistas estão a fazer é basicamente dizer: eu não concordo com o facto de a terra ser redonda.
O regresso de Ventura ao modo agressivo não é um episódio. É pensado e planeado e é o trilho de sobrevivência e eventual crescimento numa travessia que pode ser mais longa do que o antecipado. E que o desejado. Por isso, vai invocar muitos salazares até lá.