As crianças deveriam sentar-se menos e brincar mais
Esta situação pandémica de estar muito tempo sentado, está a assumir situações muito preocupantes para a saúde física e mental dos adultos (situações laborais e preocupações ergonómicas) e na vida de crianças e jovens (em casa, na escola e nos tempos de lazer).
Do ponto de vista evolutivo, a postura de sentado é uma passagem fundamental para adquirir a posição bípede e mover o corpo em dinâmicas de transporte e mobilidade do corpo através de movimentos de locomoção (andar, correr, saltar, etc.) e manipulação de objetos (preensão, agarrar, lançar, etc.). As passagens do decúbito ventral para o decúbito dorsal, reptação, gatinhar, sentar-se e colocar-se de pé, exige uma série de aquisições motoras e percetivas de grande complexidade interna (organização morfológica, muscular, orgânica, cognitiva e social) e externa (ambientes adequados de espaços, materiais de estimulação e vinculação afetiva dos adultos). É um trajeto de desenvolvimento motor fascinante de controlo das diferentes partes do corpo, organizadas através de um eixo central (coluna), com o aperfeiçoamento do posicionamento da cabeça, cintura escapular, cintura pélvica e colocação dos apoios, em relação aos desafios da gravidade, para atingir um equilíbrio adequado às solicitações das tarefas quotidianas. A educação postural associada a uma respiração correta é um assunto muito importante na educação infantil desde as primeiras idades, no sentido de ultrapassar as fragilidades ao longo da nossa história do posicionamento e funcionamento da nossa coluna vertebral (cervical e lombar). Estas aquisições motoras ontogenéticas, são o resultado de importantes formas de adaptação ao longo da humanidade e são a base de todo o nosso desenvolvimento posterior para sequências mais complexas de coordenação motora global e fina (central e periférica) a par da linguagem, estruturação cerebral, emocional e comportamento social. A aquisição da postura de sentado é um estado de transição para um corpo que se move no espaço, e estabelece relações de circunstância com o envolvimento físico e social.
As crianças deveriam sentar-se menos e brincar mais
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O espaço lusófono não se pode resignar a ver uma das suas democracias ser corroída perante a total desatenção da opinião pública e inação da classe política.
O regresso de Ventura ao modo agressivo não é um episódio. É pensado e planeado e é o trilho de sobrevivência e eventual crescimento numa travessia que pode ser mais longa do que o antecipado. E que o desejado. Por isso, vai invocar muitos salazares até lá.