Sábado – Pense por si

A Porteira
A Porteira
26 de dezembro de 2016 às 18:29

O Natal é quando eu quiser

Hoje é aquele dia no ano em que a gente comemos uma rabanadazinha ao pequeno-almoço, com uma chavenazinha de cevada e um ferrerozinho roché por cima, enquanto amanhamos a roupa velha para o almoço, que desperdiçar é pecado com tanta fome que há

Hoje é aquele dia no ano em que a gente comemos uma rabanadazinha ao pequeno-almoço, com uma chavenazinha de cevada e um ferrerozinho roché por cima, enquanto amanhamos a roupa velha para o almoço, que desperdiçar é pecado com tanta fome que há. E ainda tenho a casa cheia de gente, graças a Deus, que o meu marido está de baixa por via dos nervos e os meus dois mais novos estão desempregados por via de terem tirado cursos de letras. Não foi por falta de aviso. Já eu, estou aqui com a minha bata nova, em polar, que me deu a minha cunhada que mora no Canadá e que ma trouxe de lá, mas coitada, há uma igualzinha nos chineses daqui defronte, que isto do que eles chamam a globalização é mesmo assim. É muito quentinha e assim pra escura, que se enxovalha menos. Agora mais à tarde, aproveito que adormeceu tudo em frente ao televisor a ver o Natal dos Hospitais — puxei a box para trás — e toca de voltar a embrulhar as prendas que arrecebi, que pró ano há mais Natal e o dinheiro não me cresce nas árvores da borracha do patamar da escada.

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