A jornalista Ana Catarina André e o repórter fotográfico Ricardo Pereira percorreram os concelhos de Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pêra para tentar perceber o que aconteceu à madeira queimada no fogo de Junho. Viram muitas árvores nos terrenos – umas de pé, outras partidas, todas negras da cor da paisagem –, amontados de troncos, madeira já cortada para ser trabalhada em serrações e estilhas em montes. Viram também tristeza. Rosalina, uma reformada de 79 anos que perdeu a casa, socorreu-se de três palavras para resumir tudo: "Não tenho nada." Na aldeia de Figueira, os poucos clientes do café do filho venderam nas últimas semanas a madeira que lhes restou nos terrenos. Estão à mercê do mercado: há muita matéria-prima disponível e a madeira está cada vez mais barata. A reportagem e a explicação de como a madeira chega às nossas vidas, por Bruno Faria Lopes.

A madeira que arde

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