Sábado – Pense por si

"Tenho sorte por ser o filho do terrorista"

Ana Catarina André 12 de março de 2015 às 10:00

Zak Ebrahim cresceu a odiar todos os que não pertenciam ao mundo islâmico. Mas quando o pai, El-Sayyid Nosair, que esteve envolvido nos ataques ao World Trade Center, foi preso, começou a questionar os valores que lhe tinha incutido. Aos 31 anos, é defensor da paz

Zak Ebrahim tinha 7 anos quando o pai, o egípcio El-Sayyid Nosair, assassinou o rabi Meir Kahane, líder da Liga de Defesa Judaica (Jewish Defense League). Foi em 1990, em Nova Iorque. Mesmo preso, Nosair esteve envolvido no planeamento dos atentados de 1993 ao World Trade Center, que fizeram seis mortos e mais de mil feridos. "Queria muito acreditar na inocência dele", diz o norte-americano de 31 anos, reconhecendo que foi ingénuo. Aos poucos, começa a olhar o pai, um homem elogiado por Osama bin Laden, como violento e perverso. Decidiu afastar-se, mudou de nome e envolveu-se em movimentos pacifistas – hoje dedica-se a dar palestras nos Estados Unidos sobre a sua história. Ao telefone com a SÁBADO, falou sobre a sua relação com a família, contou que foi vítima de bullying na escola e disse que "a bondade é a melhor forma de mudar a mente de alguém". A sua vida deu origem ao livro The Terrorist’s Son: A Story of Choice (o filho do terrorista: uma história de escolha).

Para continuar a ler
Já tem conta? Faça login

Assinatura Digital SÁBADO GRÁTIS
durante 2 anos, para jovens dos 15 aos 18 anos.

Saber Mais
Ajuizando

Arte redentora

Estudos recentes demonstram que atividades artísticas – como desenho, pintura, escultura ou colagem – não só promovem a expressão emocional e a catarse, como induzem estados de relaxamento que reduzem os níveis de cortisol.