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A guerra pode chegar ao Golfo Pérsico?

Vasco Rato
Vasco Rato 12 de outubro de 2023 às 07:00

A margem de manobra de Netanyahu tornou-se mais estreita e a sua carreira política pode ter chegado ao fim. Resta-lhe uma opção: destruir o Hamas e neutralizar a ameaça iraniana. Mas o Irão também pode mandar avançar o Hezbollah, a partir do Líbano, e abrir uma nova frente de combate.

O momento escolhido pelo Hamas para investir contra Israel não poderia ter sido melhor. Há meses que o governo de Benjamin Netanyahu se encontra sitiado, desafiado nas ruas por metade do país, incluindo setores das forças armadas e das agências de informação. Alegam que a reforma do sistema judicial apresentada pelo primeiro-ministro equivale à aniquilação da democracia hebraica. Com o país protegido pela Cúpula de Ferro e a fronteira de Gaza selada, a maioria parlamentar chefiada pelo Likud (fruto de acordos com formações radicais que descartam qualquer espécie de entendimento com os palestinianos) desvalorizou os perigos vindos de Gaza. Sucessivos governos israelitas limitaram-se a retaliar cada vez que o Hamas – uma organização islamista criada em 1987 que enjeita a estratégia gradualista prosseguida pelo Fatah – lançava os seus rockets. Com Benjamin Netanyahu a acreditar ser possível “gerir “ o Hamas através da contenção, instalou-se, paulatinamente, um falso clima de segurança que, bruscamente, ruiu no fim de semana passado.

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