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Zelensky acusa Rússia de não querer trégua e critica EUA por não responderem

Lusa 06 de abril de 2025 às 18:02

Zelensky afirma que a Rússia está a "distorcer a diplomacia" ao dizer que aceita uma trégua no Mar Negro enquanto continua a bombardear a Ucrânia a partir de navios ali estacionados.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou hoje a Rússia de não estar interessada numa trégua, criticando os Estados Unidos por não responderem à recusa do regime de Moscovo em respeitar o cessar-fogo acordado.

Numa mensagem de vídeo dirigida à nação, o líder ucraniano considera que os mais recentes ataques russos confirmam que Moscovo não está interessado numa trégua e lembrou que os mísseis estão a ser lançados a partir do Mar Negro.

"A Ucrânia aceitou a proposta americana de um cessar-fogo total e incondicional. Putin rejeita", disse Zelensky.

Zelensky afirma que a Rússia está a "distorcer a diplomacia" ao dizer que aceita uma trégua no Mar Negro enquanto continua a bombardear a Ucrânia a partir de navios ali estacionados.

O regime de Vladimir Putin quer "conservar a capacidade de atacar" cidades e portos ucranianos a partir do mar, revelando que "não quer acabar com a guerra", mas sim assegurar "uma maneira de reavivá-la em qualquer momento, com mais força", denunciou.

Zelensky deu instruções aos seus ministros para que intensifiquem os contactos para reforçar a defesa aérea da Ucrânia, nomeadamente com os Estados Unidos, que "têm potencial suficiente para ajudar a pôr fim a qualquer terror".

Porém, criticou, a administração de Donald Trump, que se reaproximou de Vladimir Putin, não conseguiu mais do que um acordo para uma trégua no Mar Negro e uma moratória sobre os ataques contra infraestruturas energéticas, que as duas partes dizem estar a ser violada.

"Estamos à espera que o Estados Unidos respondam [aos mais recentes ataques russos contra a Ucrânia], mas, até ao presente, não houve resposta", constatou, exigindo também à União Europeia que tome medidas.

Já antes, nas redes sociais, Zelensky tinha assinalado que os ataques aéreos russos contra a Ucrânia estão a aumentar, mostrando que a pressão internacional sobre Moscovo é "ainda insuficiente".

Kiev acusa Moscovo de ter lançado esta madrugada um "ataque maciço" contra a Ucrânia, "utilizando mísseis balísticos, mísseis de cruzeiro e drones".

Os ataques causaram pelo menos um morto e três feridos em Kiev, a capital ucraniana; um morto na região de Kherson, no Sul do país; e dois feridos na região nordeste de Kharkiv.

Segundo constataram jornalistas da agência francesa AFP no local, ouviram-se explosões durante a noite em Kiev e uma coluna de fumo negro pairava sobre a capital esta manhã.

Os ataques causaram incêndios em edifícios não residenciais, danificando um centro de negócios, uma fábrica de móveis e armazéns.

Perante o atual cenário, o líder ucraniano defende que "continuam a ser necessárias todas as formas de pressão sobre a Rússia", entre as quais as sanções e uma diplomacia "que não dê margem para matar".

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e, em setembro, anexou as regiões de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson, apesar de não as controlar totalmente.

A Federação Russa já tinha anexado a península da Crimeia em 2014.

A Ucrânia e a comunidade internacional não reconhecem a soberania russa nas cinco regiões.

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