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Vinte agricultores mortos por criadores de gado

15 de maio de 2017 às 16:06

"Homens armados abriram fogo sobre fiéis no interior da mesquita durante a oração da manhã", afirmou o porta-voz da polícia do Estado do Níger

Vinte agricultores que rezavam numa mesquita foram mortos no sábado por criadores de gado armados no centro da Nigéria, referiu hoje em declarações à agência noticiosa France Presse um porta-voz da polícia.  

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Foto: Getty Images
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"Homens armados abriram fogo sobre fiéis no interior da mesquita durante a oração da manhã" na localidade de Etogi, matando 20 pessoas, afirmou Bala Elkana, porta-voz da polícia do Estado do Níger, que acusou os criadores de gado e pastores do grupo étnico Fulas de responsabilidade pelo ataque.  

Os atacantes dispararam de seguida em direcção à localidade, provocando oito feridos, acrescentou.

O ataque foi efectuado em represália pela morte de um criador de gado há alguns dias, na sequência de confrontos que opõem pastores nómadas Fulas a agricultores autóctones pelo controlo das terras, precisou o porta-voz.

Os pastores Fulas, que também praticam a agricultura, instalaram-se perto de Etogi com o acordo dos anciãos locais, na condição de fornecerem à comunidade uma parte da sua recolha no final de cada estação agrícola. Mas os Fulas terão recusado cumprir o acordo este ano, alegando que as terras lhes pertencem, ainda segundo o porta-voz policial. 

Pelo menos três pessoas já foram detidas na sequência deste violento incidente.

Nos últimos anos, milhares de nigerianos têm sido mortos em conflitos intercomunitários em torno da posse da terra, sobretudo em ataques seguidos de represálias, e focalizados na cintura central da Nigéria.

As comunidades, frequentemente divididas entre nómadas e agricultores sedentários que reivindicam o acesso às terras e água, acusam-se mutuamente, e sistematicamente, pela responsabilidade das violências.

As secas, frequentes no norte, forçam os criadores de gado e pastores a deslocarem-se em direcção ao sul na busca de alimento para os animais, invadindo as terras utilizadas pelos agricultores.

O Governo nigeriano, muito criticado pela sua inacção, prometeu em 2016 pôr termo a estes conflitos e sugeriu a criação de zonas de pastagem delimitadas para evitar novos confrontos.

No entanto, estas medidas foram suspensas, após terem sido rejeitadas pelas populações agrícolas. 

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