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Venezuela: Turquia e Rússia manifestam apoio a Maduro

24 de janeiro de 2019 às 07:44

Líder venezuelano recebeu apoio de antigos aliados, depois de Juan Guaidó se ter auto-proclamado Presidente interino da Venezuela perante milhares de pessoas concentradas em Caracas.

A Rússia e a Turquia manifestaram esta quinta-feira apoio ao líder venezuelano, Nicolas Maduro, depois da autoproclamação de Juan Guaidó como Presidente interino ter tido o aval dos Estados Unidos e de vários países.

"Os eventos atualmente em curso na Venezuela mostram claramente a atitude da comunidade internacional progressista em relação ao direito internacional, soberania e não-interferência nos assuntos internos de um país", escreveu a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, na rede social Twitter.

De acordo com uma mensagem do porta-voz da presidência turca no Twitter, Ibrahim Kalin, o Presidente turco ligou ao homólogo venezuelano e deu-lhe todo o seu apoio. "Maduro, irmão, continua firme, estamos consigo", disse Erdogan, de acordo com o porta-voz de Ancara.

"A Turquia vai manter os seus princípios contra a tentativa de golpe", acrescentou Ibrahim Kalin.

O país euro-asiático, um importante fornecedor de alimentos e de outros bens para a Venezuela, começou a refinar e certificar ouro venezuelano e os dois países anunciaram projectos de cooperação, no ano passado, para a exploração de carvão e de ouro.

Além disso, estão a ser negociados investimentos turcos na indústria de petróleo da Venezuela, o país com as maiores reservas de petróleo do planeta.

Durante esta madruga, a Nicarágua, principal aliado político e económico de Maduro na América Central, veio também reiterar o apoio ao líder venezuelano.

Juan Guaidó autoproclamou-se na quarta-feira Presidente interino da Venezuela, perante milhares de pessoas concentradas em Caracas.

Os Estados Unidos, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e quase toda a América Latina já reconheceram Juan Guaidó como Presidente interino da Venezuela. México, Bolívia e Cuba mantêm-se ao lado de Maduro, que consideram ser o Presidente democraticamente eleito da Venezuela.

Por seu lado, a UE defendeu a legitimidade democrática do parlamento venezuelano, e sublinhou que "os direitos cívicos, a liberdade e a segurança de todos os membros da Assembleia Nacional, incluindo do seu Presidente, Juan Guaidó, devem ser plenamente respeitados". Bruxelas instou também à "abertura imediata de um processo político que conduza a eleições livres e credíveis, em conformidade com a ordem constitucional".

Da parte do Governo português, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, afirmou na quarta-feira o pleno respeito "à vontade inequívoca" mostrada pelo povo da Venezuela e disse esperar que Nicolas Maduro "compreenda que o seu tempo acabou" e apelou à realização de "eleições livres".

Engenheiro mecânico, de 35 anos, Juan Guaidó tornou-se rapidamente o rosto da oposição venezuelana ao assumir, a 03 de janeiro, a presidência da Assembleia Nacional, única instituição à margem do regime vigente no país.

Nicolás Maduro iniciou a 10 de janeiro o segundo mandato de seis anos como Presidente da Venezuela, após uma vitória eleitoral cuja legitimidade não foi reconhecida nem pela oposição, nem pela maior parte da comunidade internacional.

A Venezuela enfrenta uma grave crise política e económica que levou 2,3 milhões de pessoas a fugir do país desde 2015, segundo dados da ONU.

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