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Vacina contra a Covid-19 não será obrigatória no Brasil

02 de setembro de 2020 às 07:38

Governo brasileiro disse que "investirá na produção da vacina" contra o coronavírus, mas especificou que "impor obrigações não está definitivamente nos planos".

O Governo brasileiro salientou na terça-feira que a vacina contra o novo coronavírus não será obrigatória no segundo país do mundo com mais mortes e casos de covid-19, uma ideia que já foi defendida pelo Presidente Jair Bolsonaro.

O Executivo, através do Secretariado de Comunicação, disse que "investirá na produção da vacina" contra o coronavírus, mas especificou que "impor obrigações não está definitivamente nos planos".

Através de uma mensagem nas redes sociais, a Secretaria de Comunicação (Secom) destacou uma declaração feita na véspera por Bolsonaro, que disse que "ninguém pode forçar ninguém a tomar a vacina".

O Governo brasileiro investiu vários milhões de dólares nos últimos meses para garantir a compra de 100 milhões de doses da vacina de Oxford contra o novo coronavírus e a sua eventual produção no Brasil.

Ao mesmo tempo, o governo regional de São Paulo, o estado mais rico e populoso do Brasil com 46 milhões de habitantes, assinou uma parceria com o laboratório chinês Sinovac para a importação e produção do antídoto.

Com mais de 200 milhões de habitantes, o Brasil tornou-se uma referência em ensaios clínicos contra a COVID-19, com pelo menos quatro vacinas em teste, devido ao elevado número de infeções, bem como à sua capacidade de avaliação científica, regulamentar e clínica.


Brasil registou 1.215 mortos e 42.659 novos casos nas últimas 24 horas

O Brasil registou 1.215 mortos e 42.659 casos de infeção pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, momento em que a taxa de letalidade da doença está em 3,1%, informou hoje o executivo.

De acordo com o Ministério da Saúde, o país sul-americano totaliza agora 122.596 óbitos e 3.950.931 infetados desde o início da pandemia, registada oficialmente no Brasil em 26 de fevereiro.

As autoridades de saúde investigam ainda a eventual relação de 2.690 mortes com a covid-19.

A taxa de incidência da doença causada pelo novo coronavírus é de 58,3 óbitos e de 1.880,1 casos por cada 100 mil habitantes.

No país sul-americano, 3.159.096 pessoas já recuperaram da covid-19 e 669.239 estão sob acompanhamento médico.

Geograficamente, o foco da pandemia no Brasil é São Paulo, estado que concentra oficialmente 814.375 diagnósticos confirmados e 30.375 vítimas mortais, sendo seguido pela Bahia, que tem hoje 259.418 infetados e 5.448 óbitos, e pelo Rio de Janeiro, que totaliza 226.800 casos e 16.217 mortos.

O Governo brasileiro informou hoje à Lusa que confirmou à Organização Mundial da Saúde (OMS) a intenção de participar na aliança mundial de vacinas contra a covid-19. Contudo, fontes do Ministério da Saúde indicaram que o acordo não é vinculante, podendo ocorrer alterações nas próximas semanas.

Segundo o portal de notícias UOL, o executivo brasileiro pretende flexibilidade com a OMS, de forma a manter com os acordos bilaterais que já firmou com multinacionais do setor farmacêutico para a produção da vacina.

Com cerca de 212 milhões de habitantes e um elevado número de casos, o país sul-americano é considerado um laboratório ideal para testar várias potenciais vacinas, com farmacêuticas a procurarem agora verificar a sua eficácia e segurança.

Há duas semanas, a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), organismo tutelado pelo Ministério da Saúde, aprovou o início dos ensaios clínicos no Brasil de uma nova vacina contra a covid-19, a quarta a ser experimentada no país contra o vírus.

A multinacional Johnson&Johnson recebeu autorização para testar a sua vacina em estudos clínicos na fase três (com milhares de pessoas), o que já está a ser feito no Brasil com imunizantes desenvolvidos pelo Reino Unido (AstraZeneca e Universidade de Oxford), China (Sinovac Biotech), e pelo consórcio BioNTech (Alemanha) e Wyeth/Pfizer (Estados Unidos).

Já na semana passada, o Governo do estado brasileiro do Paraná informou que deve submeter à Anvisa, dentro dos próximos 30 dias, o protocolo de validação para a fase três de estudos clínicos da vacina russa no país.

A pandemia do coronavírus que provoca a covid-19 já provocou pelo menos 851.071 mortos e infetou mais de 25,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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