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Ucrânia: Guterres alerta Rússia que país não pode ser conquistado "cidade por cidade"

Lusa 22 de março de 2022 às 15:12

"O único resultado de tudo isso é mais sofrimento, mais destruição e mais horror até onde os olhos podem ver", lamentou o secretário-geral das Nações Unidas.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, alertou hoje a Rússia que, "mesmo que Mariupol caia", a Ucrânia "não pode ser conquistada cidade por cidade", sublinhando que esta guerra não terá vencedores.

REUTERS/Andrew Kelly

"Mesmo que Mariupol caia, a Ucrânia não pode ser conquistada cidade por cidade, rua por rua, casa por casa. O único resultado de tudo isso é mais sofrimento, mais destruição e mais horror até onde os olhos podem ver", disse Guterres à imprensa, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.

"Quantas mais cidades como Mariupol devem ser destruídas? Quantos mais ucranianos e russos serão mortos antes que todos percebam que esta guerra não tem vencedores – apenas perdedores? (...) Continuar a guerra na Ucrânia é moralmente inaceitável, politicamente indefensável e militarmente absurdo", acrescentou.

Cerca de um mês após o início da guerra, o secretário-geral das Nações Unidas fez um balanço da "invasão maciça" do território soberano da Ucrânia por parte da Rússia, invasão essa que classificou como uma "violação da Carta da ONU".

"E tudo isso está a intensificar-se, ficando mais destrutivo e mais imprevisível a cada hora. Dez milhões de ucranianos foram forçados a deixar suas casas e estão em movimento", salientou.

Apesar disso, Guterres afirmou ter informações de que "elementos de progresso diplomático" estão a surgir em várias questões-chave, advogando que já são suficientes para cessar as hostilidades.

"O que eu disse neste pódio há quase um mês deve ficar ainda mais evidente para todos hoje. (...) É hora de parar a luta e dar uma chance à paz. É hora de acabar com essa guerra absurda e medonha", concluiu.

A Rússia lançou, a 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia, depois de meses a concentrar militares e armamento na fronteira com a justificação de estar a preparar exercícios.

A guerra já matou pelo menos quase mil civis e feriu cerca de 1.500, incluindo mais de 170 crianças, de acordo com as Nações Unidas.

Segundo a ONU, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

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