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Trump diz que o seu Estado da União foi o mais visto mas audiências desmentem

01 de fevereiro de 2018 às 14:51

A afirmação do presidente norte-americano não corresponde à verdade, segundo a empresa que mede as audiências.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, disse hoje que as audiências do seu primeiro discurso do Estado da União "foram as mais altas da história", uma afirmação que não corresponde à verdade, segundo a empresa que mede as audiências.

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Foto: EPA/Lusa
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Foto: NICHOLAS KAMM/AFP/Getty Images

"Obrigado a todos pelos elogios e pelos comentários sobre o discurso do Estado da União. (...) 45,6 milhões de pessoas assistiram, o número mais alto da história", escreveu hoje Donald Trump no habitual tweet da manhã. O Estado da União decorreu na noite de terça-feira (madrugada de quarta-feira em Lisboa).

No entanto, segundo a empresa norte-americana que mede as audiências - a Nielsen - o número de norte-americanos que viram o primeiro discurso do Estado da União de Trump não foi o maior da história, nem o segundo, nem o terceiro. Aliás, não bateu as audiências do primeiro discurso do Estado da União dos três últimos antecessores.

O primeiro discurso do Estado da União do democrata Bill Clinton, em 1994, foi visto por 45,8 milhões; o do republicano George W. Bush, em 2002, foi seguido por 51,8 milhões de norte-americanos e o de Barack Obama, em 2010, foi visto por 48 milhões de telespectadores.

A afirmação de hoje de Donald Trump evoca uma outra polémica relacionada com audiências e assistências, um tema que é recorrente nos tweets do Presidente dos EUA, mesmo em dias em que o tema mais importante é a crise nuclear na península coreana ou o impasse político no Congresso.

Na sequência da sua cerimónia de tomada de posse, em finais de Janeiro, a imprensa norte-americana mostrou fotos que comparavam a multidão a assistir à cerimónia com a da primeira tomada de posse de Obama. As fotos mostravam uma assistência muito menor na cerimónia de Trump.

O presidente - através da sua equipa de comunicação, cujo porta-voz na altura era Sean Spicer - argumentou depois que não era assim, e que muito mais pessoas tinham assistido à sua cerimónia de tomada de posse do que à de Obama. Spicer defendeu a tese perante uma sala cheia de jornalistas acreditados na Casa Branca, chegando a irritar-se com as perguntas dos repórteres nesse sentido.

"Estas tentativas de diminuir o entusiasmo da tomada de posse são vergonhosas e erradas", disse Spicer, naquela que foi a sua primeira comparência perante os media da Casa Branca.

Foi na sequência deste episódio que, pela primeira vez, foi usada a expressão "factos alternativos" pela administração Trump, neste caso pela - na altura - conselheira do Presidente, Kellyanne Conway.

"Vocês estão a dizer que ele disse uma falsidade e o Sean Spicer, o nosso secretário para a imprensa, apresentou factos alternativos", disse na altura Conway, que também sustentou que "não seria possível provar se a audiência era maior ou não".

Ainda assim, apesar de admitir que seria difícil provar se sim ou se não, a administração Trump salientou sempre que a audiência de Trump "foi a maior".

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