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Sudão: Primeiro-ministro deposto levado para casa após ter sido detido em "golpe de Estado"

Lusa 27 de outubro de 2021 às 08:13

Abdallah Hamdok foi "escoltado para casa” em Cartum após se ter recusado a apoiar o “golpe de Estado” de militares no país.

O primeiro-ministro sudanês deposto, Abdallah Hamdok, foi levado hoje à noite para casa, depois de ter sido detido pelos militares na segunda-feira após recusar-se a apoiar o "golpe de Estado", disse um oficial do Exército.

Reuters

"O primeiro-ministro, Abdallah Hamdok, foi escoltado para casa" em Cartum e foram "tomadas medidas de segurança no perímetro da sua residência", disse a fonte sob a condição de anonimato à agência de notícias AFP, recusando-se a especificar se o governante ficará em prisão domiciliária.

Na segunda-feira, informações deram conta da prisão do primeiro-ministro sudanês, Abdallah Hamdok, que foi detido depois de se ter recusado a apoiar o "golpe de Estado", no dia anterior.

A detenção acontece após semanas de tensão entre as autoridades de transição civil e militar.

Já hoje os Estados-membros do Conselho de Segurança da ONU demonstraram falta de consenso antes de iniciarem uma reunião de emergência para discutir a situação no Sudão.

À entrada da reunião, os representantes dos países ocidentais – principalmente Estados Unidos da América (EUA) e Reino Unido – concordaram em condenar o golpe militar sem hesitação e exigir a libertação imediata do primeiro-ministro, Abdullah Hamdok, e dos outros detidos.

No entanto, o embaixador russo na ONU quis demarcar-se desde o início, negando-se a considerar que ocorreu um "golpe de Estado" e pediu "o fim da violência de ambos os lados", insistindo que também os manifestantes contra o golpe haviam perpetrado atos de violência.

O embaixador acrescentou que o que aconteceu no Sudão pode ser descrito como uma "mudança de poder", da mesma forma que revolução de 2019 que derrubou o anterior regime não foi considerada golpe de Estado, tendo sido contra o uso das sanções humanitárias exercidas pelos EUA.

Assim, parece complicado imaginar uma resolução de consenso sobre o que aconteceu no Sudão, onde hoje os militares afirmaram estar empenhados em continuar com a transição democrática, apesar de terem dissolvido na segunda-feira os órgãos civis do governo.

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