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Relatório da Copernicus sobre clima na Europa em 2024 tem dados alarmantes

Lusa 15 de abril de 2025 às 07:06

O relatório do Serviço de Monitorização das Alterações Climáticas do programa da União Europeia Copernicus (C3S) e da Organização Meteorológica Mundial (OMM) indica que quase metade da Europa registou temperaturas recordes anuais em 2024.

A organização ambientalista internacional Greenpeace considerou esta terça-feira que "são alarmantes" os dados divulgados no relatório Estado do Clima Europeu 2024, sobre o ano mais quente alguma vez registado na Europa.

REUTERS/Nacho Doce

O relatório conjunto do Serviço de Monitorização das Alterações Climáticas do programa da União Europeia Copernicus (C3S) e da Organização Meteorológica Mundial (OMM), divulgado esta terça-feira, indica que quase metade da Europa registou temperaturas recordes anuais em 2024 e que em 60% do continente houve mais dias do que a média com pelo menos "stress térmico forte" devido ao calor.

Realça também o facto de a Europa Ocidental ter tido um dos dez anos mais chuvosos desde 1950 e do continente em geral ter sofrido mais inundações desde 2013.

Segundo o estudo, quase um terço da rede fluvial registou grandes cheias que ultrapassaram pelo menos o leito de inundação, tendo as tempestades e inundações causado no mínimo 335 mortes e afetado cerca de 413.000 pessoas.

"Estas novas descobertas são chocantes; as únicas partes da Europa que não estão a ser cozidas estão a ser levadas pelas inundações", declara Thomas Gelin, ativista da Greenpeace para as questões climáticas da União Europeia (UE), citado num comunicado da organização.

"A vida, os meios de subsistência e as casas das pessoas estão em risco, mas os políticos europeus ainda não responsabilizaram as empresas de combustíveis fósseis nem impediram a expansão dos seus negócios sujos. A UE deve atualizar urgentemente as suas metas climáticas para que reflitam a realidade científica e pôr fim a novos projetos de combustíveis fósseis como primeiro passo para uma eliminação gradual completa", acrescenta.

A queima de combustíveis fósseis (petróleo, gás natural, carvão mineral) é uma das principais causas das alterações climáticas devido à atividade humana.

Os fenómenos climáticos extremos causaram em 2024 prejuízos estimados em 18,2 mil milhões de euros, de acordo com o relatório.

"As empresas de petróleo e gás estão, uma após a outra, a desistir de qualquer pretensão de ação climática e a redobrar os seus lucros com esta destruição, os governos e a UE têm de as fazer pagar pelos danos", salienta Thomas Gelin.

Sobre o que está a ser feito para fazer face aos desafios climáticos e combater as alterações do clima, o relatório indica que quase duplicou desde 2019, aumentando de 12 para 20, o número dos países da UE onde as energias renováveis (a partir do sol, vento, chuva, marés e energia geotérmica) geram mais eletricidade do que os combustíveis fósseis.

Indica também que as energias renováveis produziram o ano passado um recorde de 45% da eletricidade na Europa, depois dos 43% atingidos em 2023.

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