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Partidos da oposição venezuelanos anunciam que não irão participar nas legislativas

02 de agosto de 2020 às 22:44

Em 6 de dezembro, os venezuelanos irão eleger os 277 deputados que formarão a nova Assembleia Nacional.

Os 27 partidos que constituem a maioria da oposição venezuelana, que inclui todos os que tem representação parlamentar à margem do chavismo, concordaram hoje que não concorrerão às eleições legislativas de dezembro, considerando-as uma "fraude".

"Tendo esgotado todos os nossos esforços a nível nacional e internacional para que tivéssemos um processo eleitoral competitivo (…) as organizações democráticas da Venezuela manifestam (…) que, de forma unânime, decidiram não participar na fraude eleitoral convocada pelo regime de [Nicolás] Maduro", anunciaram num comunicado citado pela agência Efe.

O documento, assinado por 27 partidos, incluindo os quatro que compõem o G4: Primeiro Justiça, de Henrique Capirles, Vontade Popular, de Leopoldo López, Ação Democrática e Um Novo Tempo.

Na quinta-feira, ex-funcionários do Conselho Nacional Eleitoral venezuelano pediram ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ) da Venezuela que declarasse nula a convocatória para as eleições legislativas previstas para 06 de dezembro, porque, dizem, viola seis artigos da Constituição venezuelana.

"A lei fundamental é violada por todos os lados, em matéria eleitoral, com esta convocatória", disse o ex-presidente do CNE, Andrés Caleca à Rádio Caracas Rádio.

No texto do recurso lê-se que a recém-aprovada direção do CNE, modificou, cinco meses antes das eleições, as Normas Especiais e Regulamentárias dos processos eleitorais apesar de a Constituição proibir alterações à legislação eleitoral seis meses antes da data da votação.

Em 06 de dezembro, os venezuelanos irão eleger os 277 deputados que formarão a nova Assembleia Nacional.

As próximas eleições poderão representar, segundo a imprensa local e diversos analistas, uma mudança, em que o líder opositor Juan Guaidó poderá deixar de ser presidente do parlamento.

No passado dia 16 de junho, o STJ suspendeu a direção de dois partidos da oposição venezuelana, Primeiro Justiça e Ação Democrática, ordenando que sejam reestruturados.

O STJ nomeou um conselho de administração para ambos os partidos e suspendeu a expulsão dos seus militantes.

A 07 de julho, o partido opositor Vontade Popular foi alvo da mesma medida, uma decisão que os opositores do Presidente do país, Nicolás Maduro, dizem ser uma manobra de preparação "para uma nova farsa eleitoral", em que o regime decidirá quem preside aos partidos nas próximas eleições.

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