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Parlamento iraniano pede garantias de que EUA não voltam a abandonar pacto nuclear

Lusa 20 de fevereiro de 2022 às 15:08

Numa carta dirigida ao presidente do Irão, deputados do Parlamento iraniano afirmaram que Washington deve "garantir" que cumprirá os seus compromissos na eventualidade de um novo acordo.

O Parlamento iraniano pediu hoje ao Presidente do país, Ebrahim Raisi, que obtenha garantias de que os Estados Unidos não abandonarão um novo acordo nuclear, como ocorreu em 2018.

Getty Images

Numa carta dirigida ao chefe de Estado, 250 dos 290 deputados do Parlamento iraniano afirmaram que Washington deve "garantir" que cumprirá os seus compromissos na eventualidade de um novo acordo.

"O Irão não deve chegar a acordo sem garantias válidas, já que o Governo norte-americano e três países europeus (Alemanha, França e Reino Unido) não cumpriram os seus compromissos e usaram todos os meios possíveis para prejudicar os interesses do povo iraniano", escreve a agência de notícias Mehr.

Os deputados pedem ainda que não seja incluído no pacto um mecanismo para voltar a impor sanções e sublinharam que o Irão só deverá cumprir a sua parte quando se verificar que a outra parte levantou as sanções.

O apelo dos parlamentares iranianos surge na fase final das negociações do Irão com Alemanha, França, Reino Unido, Rússia e China, com participação indireta dos EUA, para salvar o pacto de 2015.

O acordo de 2015, concluído entre o Irão e as potências ocidentais, assim como a China e a Rússia, permitia o levantamento de sanções económicas internacionais contra Teerão em troca de rigorosos limites ao seu programa nuclear, com vista a impedir o país de se dotar da bomba atómica.

Os Estados Unidos, sob a Presidência de Donald Trump, decidiram abandonar o acordo, que consideravam insuficiente, e restabeleceram as sanções.

Um ano depois da decisão da administração Trump, Teerão começou a desrespeitar os limites impostos ao seu programa nuclear e chegou a enriquecer urânio a níveis próximos do necessário para criar uma arma nuclear.

As negociações para tentar retomá-lo foram retomadas após a administração norte-americana do democrata Joe Biden levantar algumas das sanções impostas pelos Estados Unidos contra o Irão pela anterior administração.

A oitava ronda de negociações para salvar o acordo foi retomada na semana passada em Viena, no âmbito do Plano de Ação Global Conjunto (JCPOA) e as autoridades iranianas indicaram que o pacto nuclear está próximo, embora ainda haja questões por acordar.

Na quinta-feira os Estados Unidos anunciaram "progressos substanciais", admitindo que seja possível um acordo "dentro dos próximos dias".

Já hoje o primeiro-ministro israelita, Naftali Bennett, afirmou que "está iminente" um acordo, mas alertou para a sua fragilidade face ao acordo concluído em 2015.

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