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Papa pede "nova cultura" para tratar doentes porque não são apenas números

01 de fevereiro de 2020 às 22:14

Num encontro com médicos e outros funcionários de uma fundação italiana, Francisco defendeu que a "preparação técnica e moral" destes profissionais precisa de acompanhar as mudanças sociais, económicas e políticas.

OPapa Franciscopediu este sábado uma "nova cultura" na preparação dos agentes de saúde, frisando que "o doente não é um número" e merece humanidade por parte de quem o cuida.

Num encontro com médicos e outros funcionários de uma fundação italiana realizado no Vaticano, Francisco defendeu que a "preparação técnica e moral" dos profissionais de saúde precisa de acompanhar as mudanças sociais, económicas e políticas que afetam "o tecido em que se apoia a vida dos hospitais e estruturas de saúde".

"O doente não é um número. É uma pessoa que precisa de humanidade", enquanto o único objetivo dos "sistemas de saúde" é "a componente económica e financeira", declarou o Papa, citado pela agência Ecclesia, no encontro mantido hoje de manhã com os trabalhadores do Grupo Vila Maria Cuidado e Pesquisa.

Francisco defendeu "espírito de serviço e atitude de generosidade e sensibilidade" entre a classe, que deve estar próxima das pessoas doentes e contribuir para "humanizar a medicina e a realidade hospitalar e de saúde".

Numa missa realizada da parte da tarde a propósito do XXIV Dia Mundial da Vida Consagrada, Francisco alertou para o perigo da rotina e do pragmatismo entre os religiosos, que cultiva "a tristeza e o desânimo, que degeneram em resignação".

O líder da Igreja Católica apontou aos religiosos que "a pobreza não é um esforço titânico, mas uma liberdade superior" e que "a castidade não é uma esterilidade austera, mas o caminho para amar sem se apoderar".

Do mesmo modo, "a obediência não é disciplina, mas a vitória, no estilo de Jesus, sobre a anarquia", referiu, indicando que entre os que praticam a vida consagrada - religiosos ou leigos que vivem em ordens religiosas ou congregações - há uma "tentação que paira" e que procura "sucesso e consolação afetiva".

Para o Papa, essa tentação leva a que se reivindiquem "espaços próprios e direitos próprios".

"Deixamo-nos cair em críticas e murmúrios, indignamo-nos pela mais pequena coisa que não funcione e entoamos a ladainha da lamentação acerca dos irmãos, das irmãs, da comunidade, da Igreja, da sociedade".

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