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Papa considera abusos na Igreja "um desafio urgente"

17 de fevereiro de 2019 às 12:59

Francisco convocou os bispos para uma cimeira no Vaticano para o ajudar a traçar um rumo para a igreja relativamente a este tema.

O Papa Francisco classificou, este domingo, a questão do abuso sexual como "um desafio urgente" dos tempos modernos e pediu orações pela cimeira da Igreja sobre o assunto, que se realiza de 21 a 24 de fevereiro no Vaticano.

Francisco convocou os bispos para uma cimeira no Vaticano para o ajudar a traçar um rumo para a igreja relativamente a este tema, depois de décadas de abusos de padres e prelados e de ocultação dos casos pelos seus superiores. Os escândalos abalaram a confiança dos católicos no Vaticano e nos líderes da igreja.

Francisco disse hoje aos peregrinos, na Praça de São Pedro, que a partir de quinta-feira, os chefes das conferências episcopais de todo o mundo discutirão "a proteção de menores na igreja". "Convido-vos a rezar por este evento, que eu queria (convocar) como um ato de forte responsabilidade pastoral face a um desafio urgente do nosso tempo", disse Francisco depois da oração do Angelus.

O Papa Francisco lembrava assim o encontro histórico sobre "a proteção dos menores na Igreja", que reunirá os presidentes das Conferências Episcopais de cerca de 130 países, os superiores gerais de congregações e grupos de vítimas.

O Vaticano anunciou no sábado a expulsão do sacerdócio de ex-cardeal e arcebispo emérito de Washington Theodore McCarrick, depois de este ser acusado de abusos sexuais a menores e a seminaristas

A expulsão do ex-cardeal McCarrick surgiu na sequência de uma investigação ordenada pelo papa Francisco sobre o caso.

A Congregação para a Doutrina da Fé considera McCarrick culpado de acusações abusos sexuais de menores e adultos com a agravante de abusos de poder e por isso impôs-lhe a redução ao estado laico.

A redução ao estado laico prevê que não se possa administrar sacramentos, vestir-se como um sacerdote e receber qualquer tipo de salário.

McCarrick foi ordenado cardeal por João Paulo II e participou no conclave de abril de 2005 que elegeu o pontífice Bento XVI.

A perda do 'barrete cardinalício' só teve um único precedente na história da Igreja católica, e não estava relacionada com os abusos sexuais.

Em 13 de setembro de 1927, o cardeal Louis Billot, que tinha apoiado o movimento antifascista e antissemita "Action Française", foi condenado por Pío XI e depois de ser recebido pelo papa deixou o cargo.

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