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ONU acusa líderes israelitas de "retórica genocida"

Lusa 08 de setembro de 2025 às 11:18

O Alto-Comissário para os Direitos Humanos apelou a "ações imediatas para pôr fim à carnificina", afirmando que a comunidade internacional “está a falhar no seu dever".

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos acusou esta segunda-feira os líderes israelitas de "retórica genocida" em relação à Faixa de Gaza, apelando à comunidade internacional para que impeça um genocídio no território palestiniano.
Alto comissário da ONU critica a retórica de líderes israelitas Martial Trezzini/Keystone via AP, File
"Estou horrorizado com o uso aberto da retórica genocida e com a vergonhosa desumanização dos palestinianos por parte de altos funcionários israelitas", disse Volker Türk na abertura da 60.ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra. O Alto-Comissário apelou a "ações imediatas para pôr fim à carnificina", afirmando que a comunidade internacional “está a falhar no seu dever". "Estamos a falhar com o povo de Gaza. Onde estão as medidas decisivas para prevenir o genocídio? Porque é que os países não estão a fazer mais para prevenir estes crimes atrozes?", declarou. "A região clama por paz. Gaza é um cemitério", disse Volker Türk. O território palestiniano, sitiado por Israel, está devastado e a sofrer com a fome, segundo a ONU. O exército israelita, que afirma controlar aproximadamente 75% da Faixa de Gaza e 40% da Cidade de Gaza, indicou a sua intenção de tomar esta última, a maior cidade do território, situada a norte do enclave. A ofensiva israelita foi lançada na Faixa de Gaza em resposta a um ataque realizado em solo israelita em 07 de outubro de 2023 pelo grupo islamita palestiniano Hamas. "Os massacres de civis palestinianos em Gaza por parte de Israel; o sofrimento indescritível e a destruição massiva infligida; a obstrução do fornecimento de ajuda humanitária adequada e a consequente fome de civis; os assassinatos de jornalistas, funcionários da ONU e de organizações não-governamentais (ONG), e os crimes de guerra que comete, chocam a consciência do mundo", disse Türk. O Alto-Comissário apelou aos países para que "interrompam o fluxo de armas para Israel, arriscando infringir as leis de guerra; que "exerçam a máxima pressão para garantir um cessar-fogo, a libertação de reféns e pessoas detidas arbitrariamente; e a entrada de ajuda humanitária suficiente em Gaza por todos os meios ao seu dispor". Türk pediu ainda que a comunidade internacional tome "medidas decisivas para se oporem à tomada militar de Gaza planeada por Israel e à anexação acelerada da Cisjordânia ocupada". Logo após o regresso do Presidente norte-americano, Donald Trump, à Casa Branca, Israel, tal como os Estados Unidos, deixou de participar nos debates perante o Conselho dos Direitos Humanos.
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