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OMS: África terá pico da Covid-19 dentro de quatro a seis semanas

07 de maio de 2020 às 15:11

Continente ultrapassou esta quinta-feira as duas mil vítimas mortais causadas pela pandemia e OMS avisa que, "se nada for feito" em África, os efeitos da doença serão "graves".

A diretora regional da OMS para a África, Matshidiso Moeti, afirmou hoje que o pico da covid-19 no continente africano deverá acontecer dentro de quatro a seis semanas, mostrando-se esperançosa na recuperação da região após a pandemia.

Matshidiso Moeti falava durante a conferência de imprensa on-line sobre a evolução da covid-19 no continente africano, que contou com vários.

"Olhando para a evolução da pandemia de covid-19 e especialmente agora que estamos a olhar para a propagação comunitária em alguns países, estimamos que a doença atingirá o seu pico dentro de quatro a seis semanas, se nada for feito".

O número de mortos devido à covid-19 em África ultrapassou hoje os dois mil (2.012), com mais de 51 mil casos da doença registados em 53 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.

"Existem agora cerca de 50.000 casos confirmados e 2.000 perderam a vida em todo o continente africano e é incrivelmente importante que os países utilizem abordagens baseadas em dados e em evidências na resposta", defendeu.

Sobre o alívio de algumas medidas de confinamento que se registam em vários países, Matshidiso Moeti aconselhou prudência: "Não é uma questão em que simplesmente se passe de uma situação em que hoje tudo está fechado para amanhã estar tudo aberto".

O desconfinamento "tem de ser gradual, com as partes mais essenciais da economia a serem abertas primeiro".

Questionada sobre África pós covid-19, Moeti começou por esclarecer que não pretende ignorar "a severidade e gravidade da situação".

"Se nada for feito vai ser grave. O impacto económico já começa a sentir-se. Mas também vejo muitos países a tomarem medidas e a fazerem grandes investimentos para que o impacto não seja tão devastador", disse.

E sublinhou: "Tenho uma grande fé na resiliência do povo africano e confio na generosidade e solidariedade internacionais para ajudar" o continente.

Outro participante neste encontro online com a comunicação social, o presidente da Federação de Cuidados de Saúde Africanos, Amit Thakker, disse prever um período de até três anos para a recuperação desta pandemia em África.

Esta recuperação contará com várias fases e englobará a reparação da doença, que passará pelo tempo de espera de uma vacina, a sua administração e a retoma da economia.

Depois, os sistemas deverão mostrar "onde África vai chegar", para o que será fundamental uma liderança forte nestes países.

"Acredito que vamos ter um continente mais forte pós-covid-19", disse Amit Thakker, que desenvolve a sua atividade no Quénia.

Por seu lado, Stephen Karingi, da Comissão Económica das Nações Unidas para África (UN-ECA), alertou que tudo está ainda em aberto e que esta é a altura para os riscos serem minimizados.

Contudo, é preciso "começar a pensar na retoma", o que passa por "salvar pessoas e salvar os negócios".

"Se não salvamos os negócios, não salvamos os empregos, e se não salvamos os empregos as pessoas ficam sem meios", referiu.

E advertiu: "O futuro do continente [africano] vai depender do que fizermos hoje".

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