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Na mercearia de Amélia, negócio cresce desde que pandemia atingiu o Luxemburgo

24 de março de 2020 às 10:36

Farinha e papel higiénico esgotaram. "Estou a faturar mais desde que começou esta a situação e o governo começou a tomar medidas", afirma portuguesa.

Na mercearia de Amélia, na cidade do Luxemburgo, o negócio cresceu cerca de 10% desde que o Governo do Luxemburgo começou a tomar as primeiras medidas de combate à pandemia do Covid-19.

"Estou a faturar mais desde que começou esta a situação e o governo começou a tomar medidas", afirmou a emigrante portuguesa, acrescentando que, com menos pessoas a irem à mercearia que criou há 32 anos mas a comprarem mais em volume "as vendas cresceram cerca de dez por cento nestes dias" comparativamente ao que era a média de faturação diária do estabelecimento que está entre os que não foram obrigados a fechar.

Tanto foi o aumento das vendas que "artigos como farinha e o papel higiénico já esgotaram e o grossista [fornecedor] já não tem até ao final do mês], por isso vou ter de encontrar outro", referiu. 

No início, a mercearia de Amélia tinha apenas clientes portugueses, hoje tem franceses, luxemburgueses, alemães, ingleses e até chineses entre a clientela. 

Uns mais preocupados que outros e com mais ou menos cuidados. "Há pessoas que vêm com luvas e outras não", e quase todas respeitam o espaço necessário. "Quando não respeitam, nós colocamos um pouco de civismo", relatou.

Mas os portugueses, na sua opinião, foram os que tomaram consciência da gravidade da situação mais tarde. E são os que estão mais preocupados "em que não lhes falte nada em casa". 

A dona da mercearia e mãe de dois filhos, que vivem com ela no país, está mais preocupada com os riscos do Covid-19 do que com os negócios.

"Nós conhecemos os problemas deste vírus e eu tenho receio", afirmou na conversa ao telefone com a Lusa, contando que na mercearia usa luvas para muitos das suas ações.

Quanto aos negócios, admitiu que o futuro não será fácil e que os de portugueses no país bem como o emprego serão afetados pela pandemia.

Mas, salientou:"o Estado disse que poderia ajudar as empresas que tiveram de fechar" e "alguns donos de restaurantes portugueses, que fecharam já estão a criar negócios alternativos como o do 'take-away'[ comida para levar para casa]".

Para Amélia, mesmo que tenham que ultrapassar dificuldades como as da pandemia os portugueses que vivem no Luxemburgo dificilmente deixarão o país, pelas condições que têm ali, "melhores", sobretudo na "assistência na saúde".

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