Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês visita a Rússia
Wang Yi chega à Rússia para discutir temas ligados à guerra na Ucrânia. Encontro acontece pouco tempo depois de Vladimir Putin se ter reunido com o líder norte-coreano Kim Jong Un.
O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, vai estar na Rússia entre os dias 18 e 21 de setembro. No encontro de quatro dias vai estar com o seu homólogo russo Sergei Lavrov e discutir o tema principal da guerra na Ucrânia, segundo informações avançadas pelo Kremlin, citadas pela agência de notícias russa Tass.
Esta reunião já tinha sido anunciada no início deste mês pelo próprio presidente russo, Vladimir Putin. Sabe-se agora, que além da invasão russa, também vão estar em cima da mesa das negociações temas como "a expansão das forças e infra-estruturas da NATO na região Ásia-Pacífico", e a hipótese de fortalecerem a sua coordenação em grupos internacionais como a ONU, afirmou o Kremlin.
Em julho, um relatório dos serviços de inteligência norte-americanos divulgou que Pequim estava à "procura de uma variedade de mecanismos de apoio económico à Rússia que aliviem tanto o impacto das sanções ocidentais, assim como os controlos na exportação". Desde então que a China tem sido alvo de várias acusações por parte dos Estados Unidos. Apesar de negar qualquer tipo de apoio, a verdade é que Pequim tem sido recentemente a salvação económica de Moscovo, graças às crescentes compras de petróleo e gás russo.
Desde que o Tribunal Penal Internacional emitiu um mandato de prisão em março contra o Presidente russo, devido a crimes de guerra contra a Ucrânia, que Putin não viaja para o exterior. No entanto, os meios de comunicação social russos esperam agora que esta reunião abra portas para uma possível viagem à China.
A visita de Wang Yi ocorre assim pouco tempo depois de Putin se ter reunido com o líder norte-coreano Kim Jong Un. O encontro suscitou algumas preocupações por parte do Ocidente. Os Estados Unidos acreditam que as sanções da ONU e a venda de armas norte-coreanas à Rússia foram alguns dos temas a serem discutidos, uma vez que Moscovo enfrenta agora uma escassez de material de guerra, incluindo de munições.
Na altura, tanto a China como a Rússia garantiram que a conversa se baseou na "cooperação militar", assim como numa ajuda ao programa de satélites de Pyongyang. No entanto, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês recusou-se a comentar a viagem de Kim, mencionando apenas que se tratava de "algo entre os dois países".
"O que quer que esteja a acontecer entre a Rússia e a Coreia do Norte, não pode estar a acontecer sem que a China saiba. Não creio que eles cooperariam militarmente sem a aprovação de Pequim", disse o especialista em relações China-Rússia, Alexander Korolev, da Universidade de New South, na Austrália.
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