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Maurícias detiveram capitão e adjunto do navio japonês que encalhou num recife

18 de agosto de 2020 às 18:40

Estima-se que mil toneladas de petróleo da carga do navio japonês de quatro mil toneladas já tenham escapado para o mar.

As autoridades das Ilhas Maurícias anunciaram hoje a detenção do capitão do navio japonês que encalhou num recife no final de julho, originando uma catástrofe ambiental para o país fortemente dependente das receitas do turismo.

"O capitão e o seu adjunto foram detidos hoje [terça-feira], foram levados a julgamento com base numa acusação provisória", anunciou o porta-voz da polícia das Ilhas Maurícias, Shiva Coothen, à agência de notícias France-Presse.

"A investigação continua amanhã [quarta-feira] com o interrogatório de outros membros da tripulação", acrescentou o responsável.

Os trabalhos de remoção de duas partes do navio japonês que encalhou, partiu-se em dois e derramou toneladas de petróleo na costa das Ilhas Maurícias começaram na segunda-feira.

Estima-se que mil toneladas de petróleo da carga do navio japonês de quatro mil toneladas já tenham escapado para o mar, segundo as autoridades.

O primeiro-ministro, Pravind Jugnauth, declarou na semana passada o estado de emergência e apelou à ajuda internacional, adiantando que o derrame "representa um perigo" para o país de 1,3 milhões de pessoas que depende fortemente do turismo e foi já fortemente prejudicado pelas restrições de viagem causadas pela pandemia de covid-19.

Imagens de satélite mostravam uma mancha escura a alastrar nas águas turquesa perto de zonas húmidas classificadas de "muito sensíveis" do ponto de vista ambiental.

O Governo das Maurícias fechou a zona costeira da parte oriental da ilha, onde milhares de voluntários civis trabalharam durante dias para tentar minimizar os danos na lagoa de Mahebourg e proteger as zonas húmidas marinhas poluídas pelo combustível derramado.

O navio "Wakasio" encalhou num recife de coral em 25 de julho, na sequência da existência de fortes ondas no local, que fizeram o navio estalar e começar a derramar óleo em 6 de agosto.

Depois de o Governo ter declarado uma emergência ambiental, milhares de voluntários acorreram à costa para criar barreiras improvisadas a partir de túneis de tecido recheados com folhas de cana de açúcar e até cabelo humano, com garrafas de plástico vazias enfiadas para as manter a flutuar.

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