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Mais de 900 denúncias de mulheres e adolescentes desaparecidas no Peru desde março

30 de julho de 2020 às 09:51

Comissão Interamericana de Direitos Humanos instou o Estado peruano a investigar os casos diligentemente e com uma perspetiva de género.

Mais de 900 denúncias de desaparecimentos de mulheres e adolescentes foram registadas no Peru desde o início do confinamento, decretado no país devido à pandemia, segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e o Ministério Público (MP).

A CIDH expressou esta quarta-feira a sua preocupação e instou o Estado peruano a investigar os casos diligentemente e com uma perspetiva de género, bem como a cumprir "o dever de proteger de maneira abrangente os direitos das adolescentes, particularmente o direito a uma vida livre de violência ".

No total, são 915 as denúncias acumuladas por desaparecimentos de mulheres e adolescentes durante o período de isolamento social decretado pelo Governo, que ainda se mantém em algumas regiões do país, de acordo com dados divulgados pelo MP em comunicado.

Desde o início do ano, no total foram feitas 2.415 denúncias de mulheres desaparecidas no Peru (737 adultos e 1.720 menores), uma tendência que se acelerou com o alívio das restrições à mobilidade social.

Além disso, de acordo com dados fornecidos pelo Ministério da Mulher e Populações Vulneráveis (MIMP), 226 crianças e adolescentes menores de idade (sempre mulheres) foram vítimas de abuso sexual desde o início da pandemia.

O confinamento começou a 16 de março em todo o país, juntamente com o fecho total das fronteiras, recolher obrigatório noturno e a proibição do transporte inter-provincial de passageiros.

Desde 01 de julho, o confinamento foi oficialmente suspenso em 18 das 25 regiões do país, mas subsiste em sete departamentos onde as infeções ainda não decresceram.

Apesar da rápida resposta das autoridades, o Peru tornou-se num dos focos mundiais do COVID-19, acumulando mais de 395 mil infeções e mais de 18.600 mortes.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 660 mil mortos e infetou mais de 16,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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