Macron vai aceitar hoje a renúncia do governo
O executivo de Gabriel Attal vai mater-se com interino enquanto não for nomeado um novo governo.
É esperado que o presidente francês Emmanuel Macron aceite a renúncia do primeiro-ministro Gabriel Attal ainda durante esta terça-feira, 16, avançaram à Reuters duas fontes governamentais.
Mesmo após Macron aceitar a renúncia o executivo deverá manter-se em funções de forma interina até que existam novas nomeações. Isto vai permitir que Gabriel Attal e os seus ministros participem na eleição do presidente da assembleia na quinta-feira, data da primeira reunião do parlamento formado após as eleições antecipadas.
O governo interino vai continuar a poder assumir o controlo de situações da atualidade e de emergência, como é o caso dos Jogos Olímpicos que começam a 26 de julho. No entanto, não vai poder submeter novas leis ao parlamento, nem delinear o próximo Orçamento do Estado.
A constituição francesa não define um limite de dias em que um governo interino pode permanecer no poder, mas nunca existiu nenhum caso em que tenham permanecido mais do que uns dias.
A coligação que venceu as eleições do passado dia 7, a Nova Frente Popular, uma coligação de esquerda bastante abrangente que junta desde o partido socialista até ao França Insubmissa, extrema-esquerda, passando pelos verdes e pelos comunistas, ainda não indicou nenhum nome para primeiro-ministro. Por ser uma coligação tão abrangente e ter sido apresentada perto das eleições para travar a extrema-direita, existem ainda desentendimentos entre os líderes dos vários partidos. Fabien Roussel, do Partido Comunista, já alertou que existe um risco de "naufrágio" tendo em conta que as negociações se encontram num estado "deplorável".
Apesar de a Nova Frente Popular ter saído vitoriosa das eleições não conseguiu uma maioria absoluta, o que significa que mesmo que consigam encontrar um nome para o primeiro-ministro este pode não ser aprovado pelos restantes partidos e coligações.
Macron pediu aos principais partidos, incluindo aos da Nova Frente Popular, que formem uma aliança capaz de sustentar o governo, mas afirmou que não aceitaria uma opção que incluísse a França Insubmissa.
Edições do Dia
Boas leituras!