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Líderes europeus decidem hoje sobre apoio financeiro à Ucrânia até 2027

Lusa 18 de dezembro de 2025 às 08:20

União Europeia terá de decidir se fará um empréstimo assente em bens da Rússia congelados ou uma emissão de dívida conjunta, que não é apoiada por todos e exige unanimidade.

Os líderes da União Europeia (UE), esta quinta-feira reunidos em Bruxelas, vão discutir o apoio financeiro à Ucrânia em 2026 e 2027, decidindo se aprovam um empréstimo de reparações com base nos ativos russos imobilizados, rejeitado pela Bélgica.
Líderes europeus reunidos para discutir apoio financeiro à Ucrânia Foto AP/Christophe Ena, Pool
Numa das reuniões mais importantes do Conselho Europeu, dada a urgência para assegurar verbas a favor da Ucrânia para os próximos dois anos, os chefes de Governo e de Estado dos 27 da UE vão tentar um acordo político sobre uma das opções em cima da mesa: um empréstimo de reparações assente em bens da Rússia congelados no espaço comunitário (a opção que requer mais apoio, maioria qualificada e menos esforço orçamental, apesar da oposição belga) ou uma emissão de dívida conjunta (que não é apoiada por todos e exige unanimidade). O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, participa em Bruxelas no arranque do encontro de alto nível, que começa pelas 10:00 (hora local, menos uma hora em Lisboa) e que é visto como decisivo já que a Ucrânia fica sem financiamento disponível na próxima primavera. Na passada sexta-feira, os embaixadores dos Estados-membros junto da UE aprovaram, por maioria e com os votos contra da Hungria e da Eslováquia, uma decisão para manter os ativos russos imobilizados indefinidamente no espaço comunitário, servindo de base a um futuro empréstimo de reparações à Ucrânia. Este foi um passo preliminar para um eventual aval, na reunião do Conselho Europeu, ao empréstimo de reparações à Ucrânia com base em ativos russos imobilizados na UE. De momento, decorrem conversações na UE para desbloquear as opções de financiamento europeu ao país invadido pela Rússia em fevereiro de 2022. A medida que reúne mais apoio na UE diz respeito a um empréstimo de reparações à Ucrânia, mas enfrenta a oposição da Bélgica, país que acolhe a maior parte dos ativos russos congelados através da Euroclear, uma instituição de depósitos de ativos mobiliários sediada em Bruxelas que detém 185 mil milhões de euros do total dos ativos congelados na Europa. O Governo belga exige garantias e compromissos claros dos outros Estados-membros para se proteger juridicamente, já que não quer assumir o risco de poder ficar sem as verbas se a Rússia não pagar reparações. O empréstimo de reparações implicaria que o executivo comunitário contraísse empréstimos junto de instituições financeiras comunitárias que detêm saldos imobilizados de ativos do Banco Central da Rússia, sendo assim um crédito baseado nos ativos russos imobilizados na UE devido às sanções europeias aplicadas a Moscovo pela invasão da Ucrânia, que ascendem a 210 mil milhões de euros. A Portugal caberiam garantias orçamentais de 3,3 mil milhões de euros. A outra proposta é a possível emissão de dívida conjunta para mobilizar dinheiro para a Ucrânia, aproveitando a margem orçamental como garantia para Bruxelas ir aos mercados, mas exige aval dos 27 Estados-membros (e não apenas maioria qualificada, como a anterior). O Fundo Monetário Internacional estima que as necessidades da Ucrânia para os próximos dois anos sejam de cerca de 137 mil milhões de euros, querendo a UE dar-lhes resposta com perto de dois terços.
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