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Islândia vai exigir prova de igualdade salarial às empresas

08 de março de 2017 às 16:39

A Islândia vai ser o primeiro país do mundo a obrigar empresas públicas e privadas a provar que pagam o mesmo salário para trabalho igual, independentemente do género, etnia, sexualidade ou nacionalidade

A Islândia vai ser o primeiro país do mundo a obrigar os empregadores a provar que pagam o mesmo salário para trabalho igual, independentemente do género, etnia, sexualidade ou nacionalidade, anunciou o governo esta quarta-feira, Dia Internacional da Mulher.

O executivo afirmou que vai submeter a proposta de lei ao parlamento, ainda este mês, a requer que todos os empregadores com mais de 25 funcionários obtenham certificação a provar que pagam o mesmo salário por trabalho idêntico.

Outros países e o estado norte-americano do Minnesota têm políticas de certificação de igualdade salarial, mas a Islândia deverá ser a primeira nação a tornar esta certificação obrigatória para empresas públicas e privadas.

O país, uma ilha no Atlântico Norte com uma população de cerca de 300 mil pessoas, quer erradicar a desigualdade salarial entre géneros até 2022.

O ministro para a Igualdade e Assuntos Sociais islandês, Thorsteinn Viglundsson, afirmou que "chegou a altura de fazer algo radical sobre esta questão".  "Salário igual é um direito humano", sublinhou. "Precisamos de garantir que homens e mulheres têm oportunidades iguais no local de trabalho. É a nossa responsabilidade tomar todas as medidas necessárias para conquistar isso".

O Fórum Económico Mundial coloca a Islândia como melhor país do mundo na igualdade de género, mas as islandesas ainda ganham, em média, entre 14 e 18% menos do que os islandeses.

Em Outubro, milhares de islandesas saíram do trabalho às 14h38 para se manifestarem junto ao parlamento contra a desigualdade salarial de género. De acordo com cálculos dos grupos de defesa dos direitos das mulheres, a partir daquela hora as mulheres trabalham de graça.

A nova legislação deverá ser aprovada pelo parlamento islandês, uma vez que tem o apoio do governo e dos deputados da oposição. O executivo espera aplicar as novas medidas até 2020.

Viglundsson afirmou que algumas pessoas argumentaram que a nova lei impunha burocracia desnecessária às empresas porque a desigualdade salarial estava a diminuir. Esta lei representa "mais obrigações para as empresas", reconheceu o ministro. "Mas o governo está sempre a impor novas obrigações às empresas referentes a auditorias aos balanços anuais ou ao pagamento de impostos. Temos que nos atrever a dar novos passos, a ser ousados na luta contra a injustiça", afirmou Viglundsson.

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