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Isabel Allende renuncia a cargo de Senado no Chile por venda da casa do pai ao Estado

Lusa 09 de abril de 2025 às 17:47

No início do ano, o Governo chileno anulou o negócio imobiliário que previa a compra da propriedade do antigo presidente socialista (1970-1973), avaliada em 900 mil dólares (818 mil euros), para a transformar num museu.

A senadora chilena Isabel Allende, filha do ex-presidente Salvador Allende, renunciou na terça-feira ao lugar de senadora depois de ser destituída pelo Tribunal Constitucional devido à venda falhada da casa do pai ao Estado.

Annette Riedl/picture-alliance/dpa/AP Images

No início do ano, o Governo chileno anulou o negócio imobiliário que previa a compra da propriedade do antigo presidente socialista (1970-1973), avaliada em 900 mil dólares (818 mil euros), para a transformar num museu.

Entre os proprietários, Isabel Allende e Maya Fernandez, neta de Allende e então ministra da Defesa, foram legalmente impedidas de assinar contratos com o Estado, provocando o escândalo levantado pela oposição.

"Não é fácil dirigir-me a vós. Este será provavelmente o meu último discurso nesta sala", disse Isabel Allende, 80 anos, de lágrimas nos olhos.

"A venda controversa destinava-se a cumprir um objetivo público promovido pelo Governo" e, apesar de "nunca se ter concretizado, serei destituída do meu cargo de senadora da República", afirmou.

O Tribunal Constitucional reuniu-se na quinta-feira para analisar a eventual destituição de Isabel Allende, a pedido da oposição de direita.

O presidente da República, Gabriel Boric, elogiou a carreira política de Isabel Allende como deputada durante mais de três décadas. "O seu papel na Câmara dos Deputados, no Senado e no Partido Socialista nunca desaparecerá", afirmou Boric, num discurso na sede do Governo.

Construída em pedra e madeira nativa, a casa de dois andares de Salvador Allende, que se suicidou durante o golpe militar de Augusto Pinochet em 11 de setembro de 1973, foi construída em 1948, numa zona nobre da capital Santiago.

O caso também custou o cargo à ministra do Património Nacional, Marcela Sandoval, que aprovou a compra.

O Ministério Público abriu um inquérito para determinar se houve irregularidades no processo de aquisição pelo Estado e o presidente Boric foi interrogado.

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