Secções
Entrar

Guaidó assegura que intervenção militar na Venezuela não está em cima da mesa

14 de abril de 2019 às 18:17

"O único que pode autorizar uma missão e intervenção estrangeira é o Parlamento nacional. Isso elimina qualquer possibilidade de intervenção militar", disse o autoproclamado presidente da Venezuela.

O presidente do parlamento e autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, assegurou que a possibilidade de uma intervenção militar estrangeira para destituir o governo de Nicolás Maduro não está em cima da mesa.

Numa entrevista publicada este domingo pelo diário argentino Clarín, Guaidó afirmou que "o único que pode autorizar uma missão e intervenção estrangeira é o Parlamento nacional. Isso elimina qualquer possibilidade de intervenção militar".

Guaidó, que se proclamou Presidente interino da Venezuela em 23 de janeiro e foi reconhecido por meia centena de países, incluindo Portugal, sustentou que desde aquele dia "se avançou muitíssimo para encurralar e encostar Maduro às cordas", mas insistiu que, como oposição, nunca colocou a "opção militar sobre a mesa".

"Falamos de cooperação internacional. Foi o regime de Maduro que o fez e é um escândalo", disse, acrescentando que é o próprio Maduro que procura uma "solução militar" quando "vai falar com o Presidente sírio, Bashar Al Assad, e ameaça transformar o país em outra Síria" e permite "a abertura de voos entre Teerão (Irão) e Caracas".

"De facto, já existe uma intervenção militar ilegítima, como a russa e a cubana, permitida por Maduro", afirmou Guaidó, que garantiu que na Venezuela "há tropas russas não autorizadas" que "devem ir-se embora".

Reiterou que "não pode haver uma intervenção militar, mas sim cooperação internacional" e que internamente se aguarda um posicionamento dos generais que comandam as forças armadas.

"Cerca de 97% do país está contra Maduro e 91% quer uma mudança de governo, segundo as últimas sondagens. Estamos, por isso, à espera de que os generais no ativo se pronunciem", disse.

Guaidó classificou o regime de Maduro como uma "ditadura sádica e miserável" que "bloqueia a comida e os medicamentos ao povo faminto e necessitado e ainda se regozija com essa atitude".

"Já vamos em mais de dois milhões por cento de inflação e o Banco Mundial projeta uns 10 milhões por cento de hiperinflação. A contração económica este ano será 25%. O salário mínimo mensal é cinco dólares (cerca de 4,3 euros) e está a baixar", advertiu.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela